Hospital Moinhos de Vento registra queda de mais de 60% em procedimentos de colonoscopia

O câncer de intestino e, consequentemente, sua mortalidade crescem no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 40 mil brasileiros devem ser diagnosticados com tumor colorretal em 2020 — o segundo mais comum depois dos de mama em mulheres e de próstata nos homens. Porém, é considerado um dos mais fáceis de prevenir.

Mas, em tempos de pandemia, o medo de acessar serviços médicos afastou os pacientes e fez os diagnósticos registrarem queda. No Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), o número de colonoscopias realizadas em abril despencou de 985 em 2019 para 46 neste ano. Entre março e julho, a redução foi de 66% em relação ao ano passado. “Por isso o Setembro Verde, que é o mês de conscientização para a prevenção e o combate ao câncer de intestino ganha ainda mais importância nesse momento”, destaca a chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento, Heloisa Guedes Mussnich.

A médica ressalta que o diagnóstico tardio reduz as chances de tratamento e torna mais difícil a recuperação. “Estamos com fluxos individualizados para garantir a segurança no atendimento aos pacientes. Quem chega para realizar a colonoscopia não circula pelo mesmo ambiente que pacientes com suspeita ou infectados pelo Coronavírus. Todos os protocolos são rigorosamente seguidos para mitigar riscos”, explica Heloisa.

Diagnóstico e tratamento endoscópico

O principal exame no diagnóstico e na prevenção do câncer de intestino é a colonoscopia. Além de rastrear tumores do intestino, permite identificar e retirar pólipos – lesões benignas que podem se transformar em câncer se não forem tratadas. É a maneira mais eficiente de prevenir tumores colorretais. “A estimativa é que de 25 a 30% das pessoas possam ter pólipos após os 50 anos de idade. A grande maioria são pequenos e podem ser removidos imediatamente, na colonoscopia preventiva”, explica o coloproctologista e colonoscopista do Hospital Moinhos, Rafael Castilho Pinto.

Para os pólipos maiores e mais avançados, o médico acrescenta que tratamentos endoscópicos avançados estão disponíveis. Os mais indicados são a Mucosectomia (EMR), que já é amplamente utilizado no hospital, e a Dissecção Endoscópica Submucosa (ESD), que é uma técnica terapêutica mais recente. “A ESD é indicada em casos selecionadas de lesões maiores, que precisam ser removidas por inteiro na colonoscopia. Com este procedimento podemos evitar uma cirurgia. Além disso permite ao patologista uma análise mais detalhada e reduz os índices de recidiva local”, completa.

O coordenador do Centro de Endoscopia da instituição, Leonardo Grillo, também ressalta a importância do procedimento. “O procedimento de Dissecção Endoscópica Submucosa passa a ser uma ferramenta importante no arsenal terapêutico do Hospital Moinhos, trazendo mais benefícios ao paciente”, conclui o médico.

Simpósio de Colonoscopia Terapêutica

Para discutir e promover troca de experiências entre profissionais da área, o Hospital Moinhos de Vento promove o 1º Simpósio de Colonoscopia da instituição. O evento é organizado pelo Serviço de Coloproctologia em parceria com o Centro de Endoscopia da instituição. Os médicos Rafael, Heloisa e Leonardo coordenam o evento.

Na programação, estão confirmados os nomes de especialistas como o diretor científico da Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva, Carlos Eduardo dos Santos, o professor assistente de Endoscopia e Coloproctologia da PUC de Campinas, Lix Alfredo Reis de Oliveira, e o endoscopista do A. C. Camargo Cancer Center, Hospital Oswaldo Cruz e Rede D’or ABC, Rafael Monici de Paula Machado.

Além das palestras, um debate sobre casos clínicos com espaço para perguntas terá a participação dos médicos Claudio Rolim Teixeira, Fábio Segal e Karen Mallmann, todos do Hospital Moinhos de Vento.

O evento online e gratuito acontece no dia 26 de setembro, das 10h às 12h. As inscrições podem ser feitas no site do Hospital Moinhos de Vento e a transmissão será feita pelo canal da Faculdade Moinhos no Youtube.

Redação

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