Considerado um tabu para muita gente, a halitose ou o mau hálito, como é conhecido, atinge 30% da população nacional, segundo a Associação Brasileira de Halitose (ABHA). Ao todo, os dados indicam que cerca de 50 milhões de pessoas passam ou já passaram por alguma situação desagradável, que inclui questões de autoestima e até dificuldades para se relacionar.
A otorrinolaringologista Lígia Maeda, especialista em halitose do Hospital Paulista, explica de que forma é possível identificar o mau hálito para evitar situações constrangedoras.
O mau hálito muitas vezes é difícil de ser identificado devido ao que chamamos de “fadiga olfatória ou adaptação olfativa”, ou seja, nosso cérebro diminui sua percepção aos estímulos olfatórios contínuos. Por isso o próprio indivíduo não costuma sentir o cheiro que exala. O mais comum é que pessoas próximas façam o alerta sobre a presença da halitose.
De acordo com a médica, causas sistêmicas como refluxo, doenças pulmonares e do fígado, ou outras alterações do organismo podem estar entre os agentes da halitose, no entanto, a principal origem do mau hálito é bucal.
“As pessoas tendem a associar halitose a problemas estomacais ou questões mais graves. Em algumas situações isso pode ocorrer. No entanto, em 90% dos casos, o mau odor é proveniente da boca, e pode ser tratado após um exame que é feito de forma rápida e precisa.
Diagnóstico
Uma das formas mais eficientes de identificar a halitose é por meio de um exame chamado Oral Chroma, considerado o medidor de hálito mais moderno do mundo. Trata-se de um equipamento que, por meio de um cromatógrafo, faz a leitura dos gases principais, gases causadores do mau hálito – compostos sulfurados voláteis.
“É o exame considerado padrão ouro para o diagnóstico da halitose. Por meio dele, é possível mensurar a intensidade do mau hálito e diagnosticar a causa, facilitando o tratamento e acompanhamento”, reitera a médica.
A especialista explica que o exame é realizado através da coleta de ar da boca do paciente com uma seringa. Em seguida, essa amostra é inserida no cromatógrafo, que após oito minutos gera um gráfico com a quantidade de cada composto sulfurado volátil, juntamente com o laudo diagnóstico.
“A partir desse resultado, é possível direcionar o tratamento com muito mais precisão, transmitindo maior segurança ao paciente.”
Tratamento
Considerado um dos mais importantes centros de referência para o tratamento e diagnóstico da halitose, o Hospital Paulista oferece soluções individualizadas para tratar o mau hálito e direcionar os pacientes da melhor forma, de acordo com cada causa. “Na maioria dos casos, o tratamento é contínuo e conta com acompanhamento multidisciplinar”, reitera a médica.
Dra. Ligia explica que o mau hálito pode gerar um prejuízo psicossocial, que interfere nas relações interpessoais, causando inúmeros problemas de autoestima. Segundo ela, postergar o diagnóstico e tratamento pode ser ainda mais prejudicial à saúde física e psicológica do indivíduo.
“A solução pode ser simples, por meio da higiene oral adequada, incluindo, principalmente, a limpeza da língua, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista. Além dos hábitos de higiene, indicamos manter uma alimentação saudável e balanceada, bem como hidratação correta ao longo do dia. Evitar hábitos como o consumo de álcool e cigarro também é importante na prevenção”, encerra a especialista.