Hospital recruta pacientes de câncer de reto distal para estudo que visa comparar resposta do tumor a 2 tipos de quimioterapia

Nos últimos anos, avanços têm impactado significativamente no tratamento do câncer de reto distal, diminuindo a necessidade de colostomias definitivas, sequelas cirúrgicas e o risco de recidiva do câncer e melhorando a qualidade de vida de quem enfrenta a doença.

Levando em conta as possíveis complicações ao paciente, inerentes ao procedimento cirúrgico, como infecção, disfunção esfincteriana, sexual e urinaria, o Watch&Wait (observar e esperar) surge como uma alternativa para evitar uma cirurgia de grande porte. Essa estratégia consiste em observar os pacientes que apresentaram remissão total do tumor de reto após o tratamento de rádio e quimioterapia. Esse seguimento consiste na realização de visitas médicas para exame físico, assim como exames laboratoriais e de imagem e requer uma equipe multiprofissional capacitada, para que seu objetivo seja alcançado.

O tratamento dos tumores de reto com rádio e quimioterapia já é realizado há muitos anos, entretanto diversas estratégias de tratamento (tipos de radioterapia e de quimioterapia) são descritas e ainda existe muita controvérsia sobre qual estratégia gera a melhor taxa de resposta do tumor. Com o objetivo de comparar dois esquemas diferentes de quimioterapia (associado à radioterapia) em relação a resposta ao tratamento e menor taxa de efeitos colaterais, pesquisadores estão desenvolvendo o CCHOWW, estudo randomizados e multicêntrico com a participação de pacientes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e de mais 28 instituições de saúde privadas e públicas do Brasil e América Latina. A ideia do estudo é identificar qual estratégia gera maiores taxas de desaparecimento da lesão, para que os pacientes sejam acompanhados, sem cirurgia, pela estratégia Watch&Wait, técnica desenvolvida pela Profa. Dra. Angelita Gama, cirurgiã coloproctologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A pesquisa tem como objetivo comparar os resultados da quimioterapia de consolidação apenas com fluoropirimidina ou fluoropirimidina + oxaliplatina na obtenção de uma resposta clínica completa, ou quase-completa após quimio e radioterapia neoadjuvante.

Os pacientes selecionados devem ter mais de 18 anos, apresentar o diagnóstico de adenocarcinoma primário de reto (confirmado por biópsia) e acessível ao exame de toque retal (ao menos a borda inferior) pelo cirurgião colorretal. É necessária documentação endoscópica da lesão primária, tomografia de tórax e abdome total com contraste sem evidência de doença metastática e ressonância magnética de alta resolução da pelve com protocolo específico para câncer de reto.

“A estratégia Watch&Wait permite um acompanhamento individualizado do paciente, conforme sua resposta ao tratamento inicial. Representa acompanhá-lo muito de perto por meio de exames frequentes. A cirurgia só seria realizada caso o tumor reaparecesse, o que acontece, segundo levantamentos, em cerca de 25% dos casos”, explica Dr. Rodrigo Oliva Perez, cirurgião do aparelho digestivo, coordenador do Núcleo de Coloproctologia e Intestinos do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e pesquisador principal do estudo.

Hoje, a ideia de “observar e esperar” pacientes com tumores retais que desaparecem depois de tratados com rádio e quimioterapia já se consagra como uma alternativa válida em centros especializados e casos selecionados. Nascida no Brasil, a estratégia é um dos assuntos mais quentes no tratamento da doença em todo o mundo.

Os pacientes participantes do Estudo CCHOWW serão acompanhados por dois anos e meio. Os interessados em participar podem entrar em contato com um dos centros participantes (lista abaixo) ou pelo número 11 3549-0729.

Instituição Cidade
Hospital Beneficência Portuguesa São Paulo
Hospital Felício Rocho Belo Horizonte
Hospital Israelita Albert Einstein São Paulo
Hospital Municipal Dr. Mario Gatti Campinas
Complexo de Saúde São João de Deus – Divinópolis Divinópolis
Inst. Educação, Pesquisa e Gestão em Saúde — “Américas Oncologia” Rio de Janeiro
União Brasileira de Educação e Assistência — Pontifícia Univ. Católica do RS — Campus POA Porto Alegre
Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA Rio de Janeiro
Centro Paulista de Oncologia – CPO São Paulo
Instituto de Ensino e Pesq. do Hospital Sírio Libanês São Paulo
Centro Gaúcho Integrado de Oncologia, hematologia, ensino e pesquisa Porto Alegre
ICESP – FMUSP São Paulo
Hospital Primavera Aracaju
Hospital Lifecenter Belo Horizonte
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Porto Alegre
Associação Hospitalar Moinhos de Vento Porto Alegre
Hospital Militar de Área de Porto Alegre Porto Alegre
AC Camargo Câncer Center São Paulo
Hospital das Clínicas de Porto Alegre Porto Alegre
Complexo hospitalar Manoel André Ltda Arapiraca
Hospital das Clínicas de Passo Fundo Passo Fundo
Universidade de Caxias do Sul Caxias do Sul
Hospital Municipal de São José São José dos Campos
CEPON – Centro de Pesquisas Oncológicas Florianópolis
Hospital Napoleão Laureano João Pessoa
Instituto Nacional de Cancerología Buenos Aires
Hospital de Gastroenterologia Udaondo Ciudad de Buenos Aires Buenos Aires
Hospital Italiano de Buenos Aires Buenos Aires
Redação

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