Hospital Santa Paula investe em capacitação de corpo clínico com foco no acolhimento do paciente e seu familiar

O Hospital Santa Paula (HSP), na zona sul de São Paulo (SP) e referência em procedimentos de alta complexidade, aderiu ao Dia Mundial de Cuidados Paliativos, lembrado em 13 de outubro. A data é promovida pela organização internacional não governamental World Hospice and Palliative Care Alliance (WHPCA) e acontece em todo o mundo sempre aos segundos sábados de outubro.

Para chamar atenção ao tema neste mês, o hospital vai realizar uma roda de conversas com a população no Instituto Tomie Ohtake e um simpósio de capacitação do corpo clínico no hospital. As ações vão ao encontro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em monitorar as necessidades do paciente e o acolhimento à sua família a partir do diagnóstico como parte de uma necessidade humanitária urgente para pessoas com doenças graves e não apenas terminais.

Um ranking feito pela consultoria Economist Intelligence Unit mostra que os brasileiros ainda morrem com sofrimento no país. Segundo o relatório, o Brasil está entre as piores nações em tratamentos paliativos a pacientes terminais. Em uma lista de 80 países, o Brasil ficou em 42º, atrás de nações como Uganda e Equador. Segundo um estudo da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), atualmente, apenas 177 equipes atuam na área em todo o território brasileiro.

“Desde que iniciamos o programa de cuidados paliativos no Hospital Santa Paula atendemos uma média de seis pacientes ao dia. A demanda é muito alta e urgente em pacientes que atravessam um período grave de sofrimento físico e psíquico. Sabemos que essa abordagem no Brasil ainda é uma realidade para poucos, por isso queremos contribuir com a capacitação de profissionais multidisciplinares como nutricionistas, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos e enfermeiros. Ter uma área de cuidados paliativos no ambiente hospitalar é fundamental para a promoção da qualidade de vida de nossos pacientes”, afirma George George Schahin, presidente do Hospital Santa Paula.

O plano de investimento na estruturação da área no Santa Paula contempla a contratação de novos profissionais até 2020, além de aportes em capacitação profissional. Além de ser bom para o paciente trabalhar a afirmação da vida e tratar a morte como um evento natural, o programa pode representar uma alocação de recurso mais inteligente e economicamente viável do que tratamentos tradicionais, uma vez que pesquisas demonstram que o cuidado integral com equipe especializada pode representar uma economia de até 40%, visto que os insumos tecnológicos considerados desproporcionais são descartados, como ventilação mecânica e UTI, por exemplo. Não obstante, o suporte de uma equipe multidisciplinar consegue atuar com mais eficiência no controle de sintomas e satisfação do paciente.

No caso dos pacientes em critério de terminalidade, dados da ANCP apontam que quase metade deles não precisavam estar no hospital. Deste modo, a área de cuidados paliativos trabalha com a afirmação da vida e trata a morte como um evento natural. O objetivo é não acelerar ou retardar este momento, mas oferecer ao indivíduo a opção de ter uma morte digna, no local de sua preferência, auxiliando na resolução dos problemas concentrados no encerramento da vida e na identificação de seu legado. A equipe está apta a identificar as prioridades do paciente neste momento e enfatizar sua participação em atividades prazerosas.

“Um paciente mais satisfeito e menos deprimido apresenta menos sintomas. Vemos em outros países que muitos indivíduos internados preferem suas casas a hospitais. No Santa Paula, temos uma equipe de cuidados paliativos que tem como objetivo proporcionar ao paciente um cuidado que envolve controle da dor, suporte nutricional e conforto térmico, além de acolher seus familiares nos momentos mais difíceis de aceitação dentro e fora do ambiente hospitalar”, conclui o presidente do HSP.

Eventos do mês de outubro

No dia 23 de outubro, o hospital vai realizar um bate-papo gratuito com a população no Instituto Tomie Ohtake, na zona oeste da capital paulista. O evento vai abordar os cuidados paliativos sob três pontos de vista: o paciente em fase terminal, o paciente em sofrimento – sem risco de morte, e o familiar. A médica paliativista referência na área, Ana Claudia Quintana Arantes, o consultor em Desenvolvimento Humano e co-criador do projeto Cineclube da Morte, Tom Almeida, e a médica Milena Reis, responsável pela área de Cuidados Paliativos no Hospital Santa Paula, vão conduzir a conversa entre 14h e 16h. Os interessados em participar devem se inscrever pelo site www.santapaula.com.br/eventos.

Outra iniciativa do hospital voltada à conscientização da data é a realização do I Simpósio sobre Cuidados Paliativos no próximo dia 27 de outubro. Com uma abordagem multidisciplinar, o evento será fechado para colaboradores e abordará questões como controle da dor, experiência do paciente no ambiente hospitalar e ambulatorial, sedação, morte digna, abordagem familiar e luto.

“Entendemos que os profissionais de saúde precisam ser formados para saber abordar dores, angústias e morte, reduzindo assim o sofrimento dos nossos pacientes. Além disso, estamos investindo na capacitação do corpo clínico com reuniões semanais sobre Cuidados Paliativos. São iniciativas que reforçam o compromisso do hospital com a gestão humanizada”, explica o diretor clínico.

Redação

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