O Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF) está comemorando um marco importante para a saúde do Rio de Janeiro: o milésimo transplante renal, em cinco anos da implantação do serviço. Ocupando também uma posição de destaque no ranking nacional de transplantes renais da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a direção do hospital celebra ainda outra conquista: o Ministério da Saúde acaba de apontar o HSF como unidade de referência para transplantes hepáticos de pacientes com febre amarela no Rio de Janeiro.
O coordenador do programa de transplantes do hospital, o médico intensivista Eduardo Costa Pinto, afirma que os bons resultados podem ser explicados em apenas duas palavras: envolvimento e dedicação de toda a equipe do HSF. “O envolvimento determina que o hospital em seus vários níveis funcionais se volte com especial dedicação ao programa de transplante. Isso, aliado à enorme dedicação técnica das equipes transplantadoras, dá fôlego e dinamismo ao projeto, indispensáveis para superar as inúmeras dificuldades que surgem no caminho, tendo sempre como lema que o ser humano é nossa missão. Necessário destacar também a parceria com o Programa Estadual de Transplantes e a Secretaria estadual de Saúde, fundamentais para a viabilidade do serviço”, afirmou o médico.
De acordo com a ABTO, de 2010 a 2017 o número de doadores cresceu 69% no país, o que demonstra uma mudança de atitude do brasileiro. O Brasil é o segundo país em números absolutos de transplantes renais: (5.426), ficando à frente da França (3.676), Reino Unido (3.246) e Espanha (2.994) transplantes, conforme os últimos dados disponíveis, fechados em 2016. A taxa de sobrevida dos transplantados renais é na ordem de 93%.
Recordista em transplantes
À frente da equipe de transplantes renais do HSF está a nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho. Ela tem marcas difíceis de serem superadas: participou de todos os mil transplantes feitos na unidade e de mais 3.500 ao longo de sua carreira. Formada em medicina pela Universidade de São Paulo, Deise veio para o Rio de Janeiro há 49 anos. Trabalhou no Hospital Geral de Bonsucesso, onde participou de cerca de 2 mil transplantes renais. Para a médica, que foi fundadora e faz parte da atual diretoria da ABTO, o sucesso no trabalho do Hospital São Francisco se refere ao material humano e as boas condições de trabalho: “Conseguimos alcançar esta marca porque contamos com uma equipe fantástica e um hospital que nos oferece boas condições de trabalho e um serviço ativo desde sua implantação em 2013”, destacou Deise Carvalho.
Para a médica, que coleciona números favoráveis a sobrevida de seus pacientes, é uma grande alegria ver a chance de uma nova vida para os transplantados. ”Esses pacientes viram nossos amigos. Um trabalho cuidadoso e que nos enche de orgulho. Dar uma sobrevida a essas pessoas que saem da hemodiálise e passam a ter qualidade de vida, é o nosso ideal”. No HSF, os números são também um marco: o hospital realizou no ano passado 214 transplantes renais, maior número entre as unidades de saúde de todo o estado do Rio de Janeiro e à frente do Hospital das Clínicas de São Paulo, que realizou 207 transplantes renais.
Coração e córneas: novos transplantes na unidade
Enquanto a direção do Hospital está na expectativa de consolidar uma nova conquista ainda este ano – os 500 transplantes hepáticos, já planeja a criação de um centro de pesquisa e formação profissional em transplantes, o que vai ajudar ainda mais a salvar vidas.
“Estamos implantando duas novas modalidades de transplantes no HSF este ano: córnea e coração, sempre pensando na preservação da vida. Vamos aumentar o número de cirurgias e, consequentemente, beneficiar um maior número de pessoas, mantendo o nível de excelência que conseguimos ao longo destes cinco anos de atuação”, estima Frei Paulo Batista, diretor geral do Hospital São Francisco na Providência de Deus, lembrando que foi graças à valorização de seu corpo técnico e a excelência dos serviços prestados à população que o hospital está avançando na oferta de novos serviços.
O coordenador do programa de transplantes do HSF acredita que, com a entrada dessas duas novas modalidades de transplantes, o hospital vai dar mais um salto na prestação de serviços à população e na qualificação de seus profissionais: “ganha a vida, a qualidade de vida desses pacientes que tanto precisam desse serviço e todos nós que nos sentimos gratificados”, afirmou o intensivista Eduardo Costa Pinto.
Para a nefrologista Deise Carvalho, a realização de novas modalidades de transplantes, o que deve acontecer no segundo semestre deste ano, é um novo desafio para o Hospital São Francisco, que tem número bem expressivos no ranking nacional de realização de transplantes. Para ela, o ano de 2018 começou de forma animadora: foram realizados 15 transplantes renais e 6 hepáticos, o que representa um aumento de 30% e 50%, respectivamente, em comparação ao mesmo período do ano passado.
HSF – TX em números
2013 141
2014 206
2015 243
2016 152
2017 215
2018 (até 23/03) 43