Hospital São Francisco na Providência de Deus celebra 10 anos do serviço de transplantes com cerca de 3 mil procedimentos realizados

Uma década dedicada a transformar vidas. Desde fevereiro de 2013, cerca de três mil pessoas que aguardavam por um transplante de rim ou de fígado para recuperar a saúde e a qualidade de vida ganharam uma nova chance de viver plenamente. Todas tiveram a experiência de serem atendidas no mais importante centro transplantador do estado do Rio de Janeiro: o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF). A unidade mantém o maior serviço de transplante renal e segundo maior em transplante hepático do estado, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e Tecidos (ABTO). Os dez anos do serviço no HSF foram comemorados com a celebração de uma missa em Ação de Graças e homenagens aos primeiros pacientes transplantados e aos coordenadores do serviço de transplantes do hospital.

“Nosso setor de transplantes é a maior expressão de amor e faço votos de que essa celebração se perpetue por mais 10, 20, 30 anos”, afirmou Frei Isaac Prudêncio, diretor geral do HSF, durante a cerimônia religiosa. “Ao celebrarmos os dez anos deste nobre serviço, estamos festejando a vida, que é um dom de Deus, um presente. Nesse percurso, tivemos dificuldades e desafios, mas seguimos em frente e é com alegria que posso dizer que nosso serviço mudou a vida de muitas pessoas diretamente e de tantas outras indiretamente, que são os parentes e amigos de quem recebeu um novo órgão por transplante”.

Foi o que aconteceu com Leandro Carqueja (renal) e Eliana de Oliveira (hepático), os primeiros pacientes que receberam um novo rim e fígado no HSF, respectivamente. Leandro conta que após o transplante passou a ter uma vida normal, sem as restrições impostas pela diálise. “Antes, eu só conseguia empregos de meio período. Hoje, tenho vida normal: acordo cedo, tomo meu café e as medicações e vou de casa para o trabalho. Faço caminhada todos os dias”, conta.

Eliana também lembra as dificuldades que passou enquanto esperava pelo novo fígado: “eu fiquei com o corpo coberto de feridas e a pele escurecida. Tinha muita vergonha de sair de casa. Eu sonhava em voltar a trabalhar, sair de casa e ir à praia. Hoje, dez anos depois, às vezes até esqueço que sou transplantada”, confessa.

O sucesso deles e dos quase três mil pacientes deve-se à equipe de transplantes do HSF, que conta com nove cirurgiões, oito anestesistas, oito hepatologistas clínicos, 16 nefrologistas e dois urologistas, além de enfermeiras e assistente social. Juntos, a equipe e a direção, não medem esforços para que o transplante seja um sucesso e devolva a esperança de vida aos pacientes. “A maioria dos centros transplantadores interrompeu as cirurgias no auge da pandemia, mas nós mantivemos os atendimentos. Com perseverança, fé e persistência, chegamos até aqui”, diz Frei Isaac.

Assim como os primeiros transplantados no hospital, Leandro e Eliana, os chefes das equipes de transplantes renal e hepático foram homenageados com a entrega de uma placa comemorativa: as nefrologistas Deise de Boni Monteiro de Carvalho e Tereza Matuck, respectivamente, coordenadora e subcoordenadora da equipe que mais faz transplantes renais no estado do Rio de Janeiro e o cirurgião Eduardo Fernandes, coordenador do serviço de transplantes hepáticos e das equipes cirúrgicas de transplantes renais do hospital.

Deise de Boni celebra o sucesso do serviço e atribui os resultados a uma combinação de fatores. “Temos um hospital acolhedor que abraçou a causa do transplante. Nossas equipes são especializadas e experientes e atuam de forma integrada e comprometida. além de estarem sempre atualizadas por meio de ações de educação continuada e participações em congressos, cursos e pesquisas”, afirma a médica que é uma das fundadoras da ABTO.

Fernandes ressalta que são muitos os motivos para celebrar esses 10 anos de serviço. “Estamos entre os dez maiores centros de transplantes de fígado do Brasil, com uma média de 80 procedimentos/ano. Temos um serviço reconhecido em todo o país e entre 10 e 15% dos pacientes que atendemos vêm de outros estados. Somos referência na regulação e atendemos pacientes de vários municípios do Rio, alguns muito graves. Uma das nossas principais características é realizar transplantes complexos e nossos pacientes têm uma taxa de sobrevida superior à média nacional”, relata, com orgulho o médico, que também é professor do Departamento de Cirurgia da UFRJ.

O HSF também mantém funcionando a Organização de Procura de Órgãos (OPO Norte). A equipe atua desde a identificação do doador falecido, passando pelo implante e pelo acompanhamento do receptor.

Para se candidatar a um transplante, o paciente deve procurar uma das equipes credenciadas pelo Ministério da Saúde, via Sistema Nacional de Transplantes, que irá fazer o encaminhamento a um centro transplantador. O paciente tem a opção de escolher a unidade onde gostaria de ser transplantado.

Redação

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