Os medicamentos são fundamentais para qualquer tratamento. Em um ambiente hospitalar, normas e práticas buscam garantir a segurança no armazenamento e administração. Contudo, quando o paciente volta para casa, muitas vezes guarda os remédios de forma inadequada ou ainda se automedica. Segundo uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade em parceria com o Datafolha, 89% da população com 16 anos ou mais tomam remédios por conta própria.
Para conscientizar a população sobre a importância da segurança dos medicamentos, que inclui formas corretas de armazenar e os riscos da automedicação, além de falar sobre as boas práticas em uma Farmácia Hospitalar, o Hospital São Vicente Curitiba (PR) realiza na segunda-feira (19), a live “Dia Mundial da Segurança do Paciente: Segurança dos Medicamentos”. A transmissão gratuita ocorrerá a partir das 19h pelos perfis @saovicentecuritiba e @greyzelbenke.
A farmacêutica e coordenadora da Farmácia Hospitalar do Hospital São Vicente Curitiba, Cibele Cristina Ribeiro receberá a também farmacêutica Greyzel Emília Casella Alice Benke, diretora secretária-geral do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR), vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (Sbrafh), membro do GTT de Farmácia Hospitalar do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e consultora em Saúde. “A Greyzel tem ampla experiência e um vasto conhecimento e trará diversos assuntos para a melhoria de segurança medicamentosa, colocando como o CRF-PR colabora com informações atualizadas ao Serviço Farmacêutico”, afirma Cibele Ribeiro.
Os temas debatidos na live são de grande importância devido à falta de cuidados que pacientes têm com as medicações por não terem informações adequadas, explica a farmacêutica do Hospital São Vicente Curitiba. Ela conta que é normal pacientes chegarem com suas medicações de uso contínuo armazenadas em recipientes incorretos, que provocam a perda da eficácia das substâncias. “Muitos pacientes chegam com medicamentos guardados até em frascos de vidro, frascos de plásticos, que não são nem aquelas caixas armazenadoras com indicação diária. E muitas vezes, as medicações estão grudadas, porque já perderam todo conservante, já derreteu, perdeu toda a estabilidade e eficácia devido o armazenamento incorreto. Quando orientamos, eles ficam surpresos, pois não sabiam que não podiam guardar daquela maneira”, revela.
As famosas caixinhas de armazenamento de remédio, com indicação de dias da semana, também prejudicam a eficiência do medicamento caso sejam mal utilizadas. “Essas caixas podem tirar a estabilidade de certos fármacos. Um medicamento para pressão arterial, por exemplo, perde a estabilidade ao guardar nessa caixa”, salienta Cibele Ribeiro. “Vamos, na live, explicar o que são as embalagens primárias e secundárias, porque alguns medicamentos estão em caixas e outros em blister”, complementa.
Se guardar de maneira imprópria tira a eficácia de um remédio, a automedicação é ainda mais perigosa. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, acontecem cerca de 30 mil internações por ano no Brasil devido a intoxicações causadas por automedicação, que ainda pode causar interações com outros medicamentos e acabar disfarçando problemas mais graves.
“A automedicação com analgésicos e anti-inflamatórios são as principais, pois não se exige receituário retido [quando uma via fica na farmácia]. Quando usados incorretamente, eles camuflam todas as infecções que você pode ter. E há também a interação medicamentosa. Uma pessoa que usa medicamentos de uso contínuo precisa ser realizada uma avaliação para verificar a interação com o remédio que precise vir a utilizar”, considera a farmacêutica.
Farmácia Hospitalar
A live ainda vai debater os aspectos e procedimentos mais importantes em uma Farmácia Hospitalar. Para maior aprimoramento nos processos e maior segurança do paciente, o Hospital São Vicente Curitiba conta com a Farmácia Central e também com o Projeto de Farmácia Clínica. “A Farmácia Clínica é voltada totalmente ao paciente, acompanhando desde a entrada dele no hospital. São verificados os medicamentos de uso contínuo, concilia-se a prescrição e é feita discussão clínica com uma equipe multidisciplinar para ajuste de doses, quando necessário. Com a Farmácia Clínica temos mais eficiência do tratamento, sempre procurando o fármaco mais seguro para cada paciente”, destaca Cibele Ribeiro.