Infectologista alerta para a necessidade de prevenir a dengue durante a pandemia de Covid-19

As medidas de prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue exigem atenção intensificada devido ao cenário de pandemia da Covid-19, já que o risco de uma nova epidemia pode agravar o quadro de transmissão do novo Coronavírus. Conforme dados divulgados pelo Programa de Controle de Dengue (vigilantos3.dive.sc.gov.br/vigilantos3/dengue_relatorio_programa/dengue_relatorio.pdf?ano=2020&type=pdf) da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), do Governo de Santa Catarina, Joinville apresentava 1.008 casos no mês de outubro. A cidade mais populosa do Estado respondeu por quase um terço do total em todo o estado, que foi de 3,2 mil casos, e foi a que apresentou maior incidência da doença.

No cenário macro, a situação de SC é mais preocupante que a de um dos estados vizinhos, o Rio Grande do Sul, onde há 3.966 casos, com incidência de 34,9; e está mais controlada que a do Paraná, onde foram registrados 262.502 casos, com incidência de 2.295,8. Em setembro, em Santa Catarina havia 12.064 casos, com incidência de 168,4 casos a cada 100 mil habitantes. Os dados são da edição de outubro do Boletim Epidemiológico (antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/September/11/Boletim-epidemiologico-SVS-36.pdf) da Secretaria de Vigilância em Saúde, órgão do Ministério da Saúde.

De acordo com a médica infectologista Sílvia Fonseca, do Sistema Hapvida, as medidas de prevenção e de combate ao mosquito transmissor são necessárias para evitar uma epidemia da doença, que possui condições de ocorrer em qualquer localidade. “O risco de termos uma epidemia de dengue sempre existe no Brasil. Temos quatro sorotipos diferentes de vírus da dengue e temos o mosquito transmissor em todas as cidades brasileiras”, ressalta a infectologista.

Ela afirma que um eventual cenário de epidemia da dengue pode agravar os casos de contaminação da Covid-19, já que facilitaria a transmissão, principalmente, pela aglomeração nos hospitais. “Se tivermos as duas epidemias juntas (dengue e Covid-19), haverá uma grande aglomeração de pessoas nas emergências, o que pode facilitar, inclusive, a transmissão de Covid-19 para quem lá estiver por causa de dengue”, comenta Sílvia.

A médica infectologista observa ainda que alguns sintomas são similares entre as duas doenças, mas que, diferente da dengue, os casos de desenvolvimento da Covid-19 são acompanhados de sintomas respiratórios. “Os sintomas são muito parecidos como febre, dor de cabeça, dor no corpo, mas a grande diferença é que a Covid-19 também tem sintomas respiratórios, como coriza e tosse, o que não acontece com a dengue. É importante ressaltar que as duas doenças podem progredir para a morte, por isso, a detecção e o tratamento precoce podem ajudar a evitar enfermarias sobrecarregadas e casos graves”, conclui Silvia.

Redação

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