IOU deixa marca na prevenção, tratamento e cura do câncer de cabeça e pescoço

Equipe de fonoaudiólogos, graduandos de fonoaudiologia e pacientes tratados de câncer com a cirurgia de laringectomia total

Você sabia que os cânceres de cabeça e pescoço, quando detectados e tratados precocemente, podem alcançar até 90% de cura? É devido a essa enorme chance que a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) criou há oito anos, junto com outras instituições do setor, o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado anualmente em 27 de julho. As ações de conscientização sobre a doença se estendem por todo o mês com a campanha Julho Verde.

O Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça & Pescoço – IOU, na Unicamp, programou ações para chamar a atenção à necessidade de prevenção da doença. Refletores de luz verde incidirão na vegetação da fachada do IOU no período noturno, a comunidade do Ambulatório de Otorrino receberá kit com materiais alusivos ao Julho Verde para uso pessoal e as redes sociais do IOU (@instituto_IOU) publicam, desde o início do mês, postagens com alertas sobre a doença, entre outras atividades.

A principal atração do Julho Verde é a apresentação do Coral Novo Canto, composto por pacientes tratados cirurgicamente de câncer avançado de laringe com laringectomia total. Esses pacientes haviam perdido completamente a voz e foram reabilitados, o que os permite cantar no coral. Os integrantes, moradores de Campinas e região, têm entre 50 e 80 anos e cantam a superação que tiveram com o tratamento. O Novo Canto se apresenta no próprio dia 27, às 9h30, no Ambulatório de Otorrino do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp, com exibição aberta ao público e gratuita.

A idealizadora do Coral Novo Canto, a fonoaudióloga Dra. Vaneli Colombo Rossi, professora colaboradora do Departamento de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e coordenadora do Ambulatório de Reabilitação Fonoaudiológica após cirurgia de cabeça e pescoço, diz que o coral trouxe nova voz e vida aos operados: “É gratificante ver o empenho e a satisfação de cada participante. Os pacientes tiveram a autoestima resgatada e a sensação de vitória é indescritível”.

O Coral Novo Canto, criado em março de 2014, é uma amostra do resultado do pioneirismo do trabalho do Departamento de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Unicamp, agora integrado ao IOU. De acordo com Dr. Flavio Mignone Gripp, a equipe lançou no Brasil, em 1997, a reabilitação de pacientes laringectomizados totais — vítimas de câncer da laringe – com a utilização de próteses fonatórias. “O ineditismo da aplicação do aparelho, junto com o excelente trabalho do serviço de fonoterapia junto aos pacientes, devolveu-lhes a comunicação pela voz, condição essencial para a qualidade de vida. É uma satisfação ver que o uso dessa tecnologia iniciado pelo nosso Departamento permitiu que outros corais de laringectomizados fossem formados também em outras cidades, como a capital paulista”, frisa Dr. Gripp.

Atendimento de alta complexidade

O IOU já nasceu como um centro de referência em procedimentos de alta complexidade, uma vez que foi idealizado pela divisão de otorrinolaringologia do HC da Unicamp. Além da reabilitação da voz por próteses fonatórias, o Departamento é um dos centros pioneiros na cirurgia minimamente invasiva do câncer de laringe por via endoscópica e também cirurgia de câncer de boca e seios da face.

O diretor do IOU, Dr. Agrício Crespo, lembra que o hospital é a primeira instituição pública do Brasil a fazer cirurgias endoscópicas para câncer de laringe usando laser de CO2, que reduz o período de internação de sete dias para menos de 24 horas. “O processo elimina o uso de traqueostomia e de alimentação por sonda. Esse é considerado atualmente um padrão-ouro internacional e é apenas um exemplo dos métodos inovadores e aprimorados adotados no Instituto”, enfatiza o Dr. Agrício.

Outro diferencial do IOU, segundo reforça o Dr. Carlos Takahiro Chone, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e chefe do serviço de cirurgia de cabeça e pescoço do Departamento de Otorrino, será o serviço humanizado ao paciente.

O Dr. Chone salienta que o Instituto é voltado para o paciente, que terá seus horários agendados. “O paciente terá atendimento multidisciplinar com cirurgiões, oncologistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e dentistas num único lugar”, salienta.

Outros serviços destacados pelo Dr. Chone são a disponibilização de microscópios cirúrgicos de última geração, programa de vídeos de alta resolução com gravação, sistema de pesquisa de linfonodo sentinela e laboratório de pesquisa genética com serviço de oncologia.

Câncer de cabeça e pescoço

Estimativa para 2022 – O Instituto Nacional do Câncer (Inca) calcula que surjam 36.620 novos casos de câncer de cabeça e pescoço no país, incluídos nesse total os tumores de boca (cavidade oral), laringe e tireoide;

Os cânceres mais comuns aparecem na boca, orofaringe, laringe (local onde estão as cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço, tireoide, couro cabeludo e pele do rosto e do pescoço;

Prevenção: vá ao médico periodicamente, mantenha uma alimentação saudável, pratique atividade física regularmente, atente-se à higiene bucal, evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, use protetor solar e abandone o fumo. Parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe;

Sintomas: aparecimento de nódulo no pescoço; manchas brancas ou avermelhadas na boca; ferida que não cicatriza em duas semanas; dor de garganta que não melhora em 15 dias; dificuldade ou dor para engolir e alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias.

Redação

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