Instituto Votorantim lança terceira edição do Índice de Vulnerabilidade Municipal à Pandemia

O Instituto Votorantim lança a terceira edição do Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM), ferramenta criada, em 2020, para medir o grau de exposição dos municípios à pandemia da Covid-19. A versão atualizada do IVM incorpora na metodologia os dados de testagem e de vacinação da população. Os dados são de livre acesso e podem ser consultados em: institutovotorantim.org.br/ivm.

O IVM é um importante instrumento de apoio à tomada de decisão de gestores públicos e privados para busca de soluções a emergências sanitárias. O índice atribui a uma nota, que vai de 0 a 100, onde são considerados indicadores relacionados a seis temas: população vulnerável, economia local, estrutura do sistema de saúde, organização do sistema de saúde, capacidade fiscal da administração pública e capacidade municipal de resposta à crise da Covid-19.

“Mesmo após os avanços na vacinação, os fatores populacionais se mantêm como aspecto fundamental para determinar a vulnerabilidade de um município à Covid. População idosa e em situação de pobreza elevam a incidência de óbitos decorrentes da pandemia. Isso indica que devem ser mantidas políticas de prevenção e assistência direcionadas a estes públicos”, diz Rafael Gioielli, gerente-geral do Instituto Votorantim.

A terceira edição inclui os dados da população que recebeu pelo menos uma dose de reforço da vacina contra o novo Coronavírus, passando a compor o IVM no eixo de Capacidade Municipal de resposta à crise de Covid-19. O levantamento atesta a eficácia da imunização no impacto na redução de óbitos: cada ponto percentual da população vacinada gerou uma redução de 4,5 óbitos a cada 100 mil habitantes.

Outro indicador que compõe o eixo é o Índice de Eficiência no Enfrentamento à Pandemia (IEEP), lançado no ano passado, que teve sua segunda apuração em 2022. O IEEP calcula a divergência do número oficial de óbitos e a média esperada de acordo com as condições de vulnerabilidade dos municípios, sendo um termômetro da capacidade de resposta a novas crises de saúde. Entre as capitais, Florianópolis, São Paulo e Palmas mantiveram a liderança como as mais eficazes.

“O IEEP foi criado para ajudar os municípios a entenderem se suas ações estão sendo eficazes para evitar mortes. O indicador é um alerta, uma medida de antecipação da capacidade de enfrentamento do município também a outras crises sanitárias que possam surgir”, aponta Gioielli, o gerente-geral do Instituto Votorantim.

Achados do IVM 2022:

  • Foi confirmada a eficiência da dose de reforço na redução do número de óbitos: o aumento de 1 ponto percentual (p.p.) na proporção da população com essa cobertura reduz em 4,5 óbitos por 100 mil habitantes.
  • Mesmo com o avanço da vacinação, as características da população continuam sendo fundamentais na vulnerabilidade dos municípios à pandemia, especialmente as populações idosa, urbana e em situação de pobreza. No grupo acima dos 60 anos, o aumento de 1p.p. no número de habitantes gera crescimento em 3,5 o número de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes; a taxa de urbanização aumentando 1p.p. aumenta em 1,8 o número de mortes por 100 mil habitantes; enquanto o crescimento de 1p.p. da população inscrita no Cadastro Único provoca elevação de 0,37 no número de mortes por 100 mil habitantes.
  • Em termos econômicos, o índice relaciona o PIB per capita, a população ocupada e a média salarial com o maior grau de exposição e, por isso, os associa ao maior risco de contágio e óbito.
  • As edições do IVM indicam que os números de casos e óbitos foram sustentados em patamares altos por mais tempo em municípios que contam com uma grande proporção de leitos de UTI para a população, já que a taxa de ocupação desses leitos foi usada por gestores públicos para determinar a abertura de setores da economia, respondendo pela proporção de 0,7 óbito por 100 mil habitantes a cada leito de UTI.
  • Quanto maior a necessidade de transferência de pacientes para outro município (   necessidade de referenciamento de internações), maior o número de óbitos: 20 a cada 100 mil habitantes, indicando necessidade de reavaliação do sistema de organização da saúde e das estratégias emergenciais dos municípios sem condição de internação.
  • Nesta edição, os números de gastos com pessoal (analisados dentro do pilar Capacidade Fiscal da Administração Pública) se destacaram como positivos na redução da vulnerabilidade: os municípios que alocaram maior parcela de gastos com pessoal tiveram menor número de óbitos.

Confira os rankings das capitais no IVM e IEEP:

ÍNDICE DE VULNERABILIDADE MUNICIPAL (IVM) 2022 – CAPITAIS
Posição 

2022

Posição

2021

MUNICÍPIO IVM

2022

1 1 Florianópolis 35,3
2 3 Palmas 37,47
3 2 Porto Velho 38,95
4 5 São Luís 39,73
5 8 Brasília 40,03
6 4 Cuiabá 40,33
7 7 Goiânia 40,76
8 9 Vitória 40,77
9 6 Teresina 42,33
10 13 Belo Horizonte 42,9
11 11 São Paulo 43,19
12 15 Aracaju 44,7
13 14 Salvador 46,38
14 20 João Pessoa 46,47
15 12 Curitiba 46,63
16 23 Natal 48,31
17 16 Manaus 48,76
18 21 Porto Alegre 48,79
19 10 Macapá 49,55
20 19 Rio Branco 49,58
21 24 Fortaleza 49,67
22 17 Boa Vista 52,12
23 25 Rio de Janeiro 52,31
24 18 Recife 53,38
25 22 Campo Grande 55,13
26 27 Belém 58,67
27 26 Maceió 58,78

 

ÍNDICE DE EFICIÊNCIA NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA (IEEP) 2022 – CAPITAIS
Posição 

2022

Posição

2021

MUNICÍPIO IEEP

2022

1 1 Florianópolis 0,877
2 2 São Paulo 0,833
3 3 Palmas 0,806
4 6 Vitória 0,779
5 4 Belo Horizonte 0,745
6 9 São Luís 0,703
7 5 Curitiba 0,698
8 7 Porto Alegre 0,697
9 13 Boa Vista 0,695
10 11 Rio Branco 0,685
11 12 Brasília 0,676
12 10 Salvador 0,671
13 14 Teresina 0,667
14 20 Belém 0,667
15 8 Maceió 0,665
16 17 Natal 0,655
17 25 Porto Velho 0,635
18 21 Aracaju 0,634
19 16 Goiânia 0,629
20 15 Recife 0,619
21 22 Macapá 0,615
22 18 Campo Grande 0,607
23 24 João Pessoa 0,604
24 19 Fortaleza 0,601
25 26 Manaus 0,598
26 27 Cuiabá 0,587
27 23 Rio de Janeiro 0,581
Redação

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