Mais de 150 pacientes do SAE de Infectologia serão beneficiadas com novo protocolo do Ministério da Saúde

Doutor Alexandre Naime Barbosa, diretor do SAE de Infectologia, ressalta importância mundial do novo protocolo. Foto: Igor Medeiros/4toques comunicação

Mais de 150 pacientes com o vírus da Hepatite C, que aguardavam na fila de espera do Serviço de Ambulatório de Especialidades (SAE) de Infectologia Domingos Alves Meira, administrado e mantido pela Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp), serão beneficiados com a recente atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais, publicada no Diário Oficial da União na última semana.

Com a mudança, todos, independentemente do grau da doença, poderão receber o tratamento com medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antes da atualização, apenas pacientes com Hepatite C de grau moderado a grave obtinham o remédio.

“Cerca de metade dos pacientes do SAE tinha um grau mais elevado da doença. A outra metade, com graus mais baixos, ficava sem a medicação. E a hepatite poderia evoluir para um quadro mais grave nesses doentes. Agora, a medida vai beneficiá-los, já que o remédio garante a cura da infecção com uma taxa de 90% a 95%”, afirma o diretor clínico do SAE de Infectologia, Alexandre Naime Barbosa.

De acordo com Naime, a medida é inovadora inclusive em nível mundial. “O Brasil é um dos únicos países do mundo a fornecer de forma gratuita essa medicação que trata a Hepatite C de forma definitiva. Seu custo no setor privado é muito elevado”, diz.

Hospital referência

O SAE de Infectologia é referência no cuidado de infecções virais desde a sua criação, em setembro de 2004. Ele foi um dos primeiros centros do Estado de São Paulo a promover o tratamento da Hepatite C, numa época onde a eficácia do medicamento era menor, com taxa de sucesso de cerca de 50%, e não haviam muitas opções disponíveis.

Atualmente, é alto o número de pacientes atendidos pelos serviços do hospital. São cerca de 1.000 em tratamento contra o HIV/AIDS, entre 350 e 400 com o vírus da Hepatite C e em torno de 300 com Hepatite B.

Ministério da Saúde

A ampliação da assistência com o novo protocolo faz parte da estratégia do Ministério da Saúde que visa atingir a meta de eliminar a Hepatite C até 2030. A universalização do tratamento foi anunciada ano passado pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a abertura da Cúpula Mundial de Hepatites 2017 – World Hepatitis Summit. O evento reuniu Ministros da Saúde, especialistas em saúde pública e ONGs para discutir a eliminação das hepatites virais em todo o mundo.

Redação

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