Medicina de Família e Comunidade é estratégia para cuidado contínuo da saúde masculina

Fazer com que os homens se cuidem mais, busquem acompanhamento médico frequente e tenham hábitos de vida saudáveis ainda é um desafio para a saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, os adultos do sexo masculino realizam somente 28,4% dos cuidados preventivos e exames de rotina, enquanto mulheres representam uma parcela de 40,3%.

Para solucionar a defasagem desse cuidado, o acompanhamento da medicina de família pode ser um importante aliado. Na próxima quinta-feira, 15 de julho, é celebrado o Dia do Homem, data importante para reforçar, para esse público, a importância da atenção à saúde.

O médico de família e comunidade é um profissional especialista no cuidado integral das pessoas de todas as idades e gêneros e concilia o histórico do paciente com análise psicológica e dos ambientes social e familiar para melhor orientação e promoção de saúde. Esse cuidado contínuo é importante especialmente para homens, da adolescência à vida adulta, sem queixas específicas.

Quando a menina entra na adolescência, em geral, ela passa a ser acompanhada por um ginecologista, enquanto os meninos podem ficar anos sem um médico para cuidar da sua saúde. Essa é uma oportunidade de estimular, desde cedo, que eles busquem por mais saúde e qualidade de vida com monitoramento médico adequado.

“O médico e a médica de família e comunidade podem ocupar esse papel de se tornar referência para o homem já na adolescência, pois realizam o acompanhamento durante toda a jornada de vida, assim como também acompanhar a mulher em todas as fases de vida. A Medicina de Família e Comunidade acompanha o indivíduo pelo princípio da longitudinalidade, ou seja, faz parte da vida da pessoa desde antes do nascimento, na fase do pré-natal, até os últimos dias de vida”, afirma Zeliete Zambon, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.

“Historicamente, percebemos que os homens, em geral, procuram menos médicos do que as mulheres. Há um acompanhamento maior do sexo feminino durante toda a vida com exames e consultas regulares”, diz Ricardo Casalino, diretor Médico da Qsaúde.

Manter um acompanhamento médico constante pode minimizar o risco de doenças que historicamente afetam mais os homens. No Brasil, a taxa de internação dessa população em decorrência de infartos agudos do miocárdio é 130% maior que em mulheres. Já a taxa de mortalidade masculina por doenças do aparelho respiratório é 71% maior, de acordo com o Ministério da Saúde.

Na pandemia de Covid-19, a vulnerabilidade da saúde dos homens tem se mostrado ainda maior. Embora a taxa de contaminação seja a mesma para ambos os sexos, a doença desenvolve para quadros mais graves no sexo masculino.

Estudos apontam alguns motivos para a disparidade, como as diferenças entre os sistemas imunológicos masculino e feminino, o que pode explicar uma melhor reação e recuperação das mulheres. O comportamento também é apontado como uma possibilidade para o efeito mais importante em homens: o grupo tende a ter mais fatores de risco que as mulheres e é menos aderente às medidas preventivas.

De acordo com dados da Central de Informações do Registro Civil – CRC Nacional, entre junho de 2020 e maio deste ano, houve cerca 20% mais mortes do sexo masculino em comparação com o feminino em decorrência da Covid-19.

Outro fator preocupante sobre a saúde masculina é a diminuição da ida ao médico neste período pandêmico. De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia, 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de ir a uma consulta ou de fazer um tratamento por causa da pandemia da Covid-19. Ainda, 81% dos 499 participantes tinham a impressão de que as pessoas estavam cuidando menos da saúde do que deveriam.

Medicina de Família e Comunidade como aliada na promoção de saúde

Na Qsaúde, os clientes têm acesso aos médicos de família da Clínica Einstein, que cuidam de toda a jornada dentro do plano, mantendo um prontuário único dos procedimentos realizados. Com isso, é criado um vínculo entre o profissional e o paciente, e monitoramento contínuo da condição de saúde.

O plano conta também com os GuiasQ de saúde, grupos de enfermeiras e técnicos de enfermagem, entram em contato proativamente para garantir que os tratamentos sejam seguidos corretamente e com orientações sobre melhores hábitos para a saúde. Após análise individual, os clientes podem ser encaminhados para programas contínuos voltados para a promoção da saúde.

“O objetivo é garantir que haja em todo o processo de atendimento a promoção da saúde e melhor qualidade de vida. Com isso, acreditamos que conseguimos estar mais próximos dos nossos clientes, inclusive dos homens, para que, em caso de necessidade, possamos encurtar e acertar a melhor jornada de cuidado”, afirma Casalino.

Referências:

Ministério da Saúde. Saúde do Homem: promoção e prevenção à saúde integral do homem. Disponível em: antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-do-homem Acesso em: 25/06/2021

Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Disponível em: antigo.saude.gov.br/images/pdf/2018/novembro/07/livroPol–ticas-2018.pdf Acesso em: 25/06/2021

Ministério da Saúde. Perfil da morbimortalidade masculina no Brasil. Disponível em: antigo.saude.gov.br/images/pdf/2018/novembro/07/Perfil-da-morbimortalidade-masculina-no-Brasil.pdf Acesso em 25/06/2021

CDC. Men and COVID-19: A Biopsychosocial Approach to Understanding Sex Differences in Mortality and Recommendations for Practice and Policy Interventions. Disponível em: www.cdc.gov/pcd/issues/2020/20_0247.htm Acesso em 26/04/2021

Portal da Transparência. Especial Covid-19. Disponível em: transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid Acesso em 25/06/2021

Sociedade Brasileira de Urologia. Pesquisa realizada pela SBU aponta que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de ir ao médico ou fazer tratamento devido à pandemia. Disponível em: portaldaurologia.org.br/medicos/noticias/pesquisa-realizada-pela-sbu-aponta-que-55-dos-homens-acima-de-40-anos-deixaram-de-ir-ao-medico-ou-fazer-tratamento-devido-a-pandemia Acesso em 26/04/2021

Redação

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