Uma resolução publicada pelo Ministério da Saúde, no último mês, transformou os cuidados paliativos em política pública. O anúncio foi feito durante o VII Congresso Internacional de Cuidados Paliativos, realizado em Belo Horizonte (MG) entre os dias 21 e 24 de novembro. No Placi, instituição com duas unidades no estado do Rio de Janeiro que é referência em cuidados paliativos, reabilitação e cuidados complexos, o ambiente e o clima acolhedor favorecem a aplicação na prática dos conceitos e atitudes para introdução dos cuidados paliativos na assistência.
A resolução é resultado de uma CIT (Comissão Intergestores Tripartite) realizada entre Ministério da Saúde, Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional das Secretariais Municipais de Saúde (CONASEMS), o que reforça a incorporação da nova regulamentação como política de saúde e estabelece como dever do Estado garantir que os cuidados paliativos façam parte dos cuidados continuados integrados ofertados no âmbito da Rede de Atenção à Saúde.
Segundo a médica-geriatra e paliativista Anelise Fonseca, gerente médica do Hospital Placi, a partir da publicação dessa resolução será possível definir diretrizes de cuidados paliativos e, com isso, ampliar a oferta dessa modalidade de tratamento aos pacientes pelo SUS.
“Quando não há mais possibilidade de cura, o paciente deve ter acesso aos cuidados paliativos, que vão proporcionar a ele conforto e qualidade de vida, o que inclui o acolhimento e a preparação da família. Por isso, para oferecer o cuidado paliativo é necessário o apoio de uma uma equipe interdisciplinar, com apoio de psicólogos e assistentes sociais que vão conduzir o tratamento e preparar paciente e familiares para o entendimento da morte, não como um tabu, mas como um processo natural da vida”, explica a Dra. Anelise.
Por ser referência nessa modalidade de tratamento, o Hospital Placi recebeu, neste ano, grupos de estudantes do curso de graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que procuraram a instituição buscando aprimorar conhecimentos e a capacidade técnica requerida pela disciplina optativa “Introdução aos Cuidados Paliativos”.
De acordo com Rogéria Pereira, gerente de Enfermagem do Placi, “a assistência prestada aos pacientes que necessitam cuidados paliativos tem como principal objetivo o controle de sintomas na etapa que antecipa a morte, e com base nesse princípio uma equipe multiprofissional se empenha em assistir pacientes oncológicos e não-oncológicos de maneira semelhante, buscando proporcionar conforto a pacientes e familiares em todas as etapas do tratamento”, detalha.
Nos últimos três anos, o Placi também recebeu a visita técnica de alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) dos cursos de graduação em Enfermagem e especialização em Enfermagem Gerontológica. Acompanhados pela professora Rosimere Ferreira Santana, os discentes puderam observar práticas e ações relacionadas ao cuidado paliativo.
O expertise da instituição na assistência a pacientes que necessitam dos cuidados de fim de vida também despertou o interesse da professora peruana Sofia Sabina Lavado Huarcaya e de outros docentes que cursam pós-doutorado na Escola de Enfermagem Anna Nery. A fim de obter informações e conhecimentos nas áreas de cuidados paliativos e gerontologia, os acadêmicos realizaram visita técnica no Hospital Placi e se integraram sobre práticas e diretrizes conduzidas na assistência aos pacientes.