Tradicionalmente, as lutas femininas ganharam um dia de celebração, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. De muita luta também é feita a história de Sonia Neves, presidente voluntária da Casa Ronald McDonald do Rio de Janeiro, que transformou seu sofrimento pessoal em uma causa de vida. A vinda do projeto para a cidade, em 1994, aconteceu depois de perder seu filho caçula para o câncer. Esta é a origem da primeira Casa Ronald da América Latina.
Em 1989, Marquinhos, com 8 anos de idade, foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda. Depois de um longo período de tratamento em alguns hospitais do Rio de Janeiro, os médicos disseram que a única possibilidade de cura seria um tipo de transplante que ainda não existia no Brasil. Com a ajuda financeira de amigos, a família foi para Nova York, e teve a oportunidade de ficar numa Casa Ronald McDonald, enquanto o filho fazia o tratamento.
Lá encontrou um lugar acolhedor, hospedagem gratuita, alimentação e todo o suporte junto a profissionais, além de outros pais na mesma situação. Infelizmente, Marquinhos não sobreviveu à doença. Na volta ao Brasil, em 1990, Sonia tornou-se voluntária no Inca, para ajudar crianças com câncer. Foi lá que conheceu o presidente do McDonalds, contou sobre a experiência em Nova York, e questionou por que não havia uma Casa Ronald McDonald no Brasil. Assim começou uma das maiores mobilizações pela causa do câncer no país.
“A Casa tem um significado muito grande para mim. Representa a continuação do amor ao meu Marquinhos e que agora é dividido com todas as crianças e adolescentes que aqui se hospedam”, conta Sonia.
A Casa Ronald McDonald-RJ oferece, gratuitamente, hospedagem, alimentação, transporte para os hospitais, e de forma complementar para atender sua missão, proporciona suporte psicossocial, atividades recreativas aos pequenos pacientes e suas famílias, cursos profissionalizantes, acompanhamento escolar e os Programas: Bolsa de Alimentos, Amor de Casa, entre outros projetos sociais que garantem a Atenção Integral às famílias que passam pelo tratamento de câncer infantojuvenil.
Desde a sua fundação, a instituição já atendeu e melhorou a qualidade de vida de mais de 3.000 crianças e adolescentes, e contribuiu para o aumento do índice de cura do câncer infantojuvenil. Todo trabalho é considerado de utilidade pública porque permite a liberação de leitos em hospitais para pacientes que realmente necessitem de internação. A Casa também contribui para a redução de infecções hospitalares e diminui a taxa de abandono do tratamento – muitas vezes, interrompido por falta de recursos da família para locomoção até o hospital.
A indicação para hospedagem na Casa Ronald McDonald-RJ é feita pela equipe de assistentes sociais, médicos e, ainda em casos emergenciais, pela enfermagem dos hospitais conveniados.
Em outubro, a instituição recebeu dois certificados que condecoram a seriedade e a transparência do trabalho realizado em prol das famílias. Na Finlândia, ganhou o primeiro lugar da premiação IPMA (International Project Management Association), como melhor Programa de Planejamento Estratégico de ONGs em todo o mundo – Program of Excellence in Management Project Organizational Culture Transformation. E em São Paulo, foi eleita uma das 100 melhores ONGS do Brasil na segunda edição do Guia Melhores ONGs, uma iniciativa do Instituto Doar e da Rede Filantropia.