A pandemia de Covid-19 parece estar perto do fim mas nos últimos dois anos pressionou de forma absurda os serviços de saúde no Brasil e no mundo. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), no início da pandemia, as visitas aos serviços hospitalares chegaram a cair até 80%. Situações como essa expõem ainda mais a fragilidade do sistema de saúde que precisa alocar recursos de forma inteligente, prestar um serviço de qualidade e garantir a melhor experiência para o paciente.
A solução para esse tipo de problema na área da saúde passa obrigatoriamente pelo investimento em tecnologia. Segundo um estudo da Deloitte, realizado em 2011, o investimento em tecnologia na área de saúde foi de 1,1 bilhão de dólares. Este número saltou para US$ 7,4 bilhões em 2019 e para US$ 14 bilhões em 2020. Isso mostra a efervescência do setor que vem demandando cada vez mais soluções inovadoras baseadas em tecnologia.
É nesse contexto que a ToLife, healthtech de Belo Horizonte (MG), tem se destacado. A startup já tinha criado uma solução única no mercado brasileiro que otimiza o processo de classificação de risco e automatiza a execução de protocolos para reduzir os erros e tempos do processo. Em 2020, com a chegada da pandemia, a pressão sobre o sistema de saúde trouxe uma demanda praticamente impossível: evitar longas esperas em filas ainda maiores, e com maior risco de contágio. A saída da empresa para esse desafio foi expandir a sua solução para todo o pronto atendimento, usando dados, automação e inteligência para otimizar toda a jornada do paciente.
A Secretaria de Saúde de São Paulo é um dos clientes que escolheu o Célerus, solução da startup que otimiza processos em redes de urgência e emergência. A secretaria está investindo 200 milhões de dólares, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, no projeto Avança Saúde SP, para melhorar a produtividade e a qualidade do sistema de saúde da cidade.
O projeto, já implantado em 49 unidades, tem ajudado na absorção da sobrecarga dos serviços de urgência e emergência. A solução também inclui um sistema de gerenciamento em tempo real que coleta dados em centenas de locais distintos e os integra em uma única tela, que se torna um painel de controle para gerenciar toda a rede de atendimento.
“Com os dados da rede a disposição dos gestores, desde informações como a quantidade de pacientes em cada etapa do atendimento até o controle detalhado da ocupação de leitos, já é possível garantir um cuidado melhor para milhares de pacientes todos os dias, com menos óbitos e maior eficiência da equipe, graças a uma gestão mais profissional”, comenta Leonardo Lopes, CEO da ToLife.
Segundo o Dr. Marcelo Takano, Coordenador Geral do Projeto Avança Saúde SP, o projeto foi fundamental no combate ao Covid e possibilitou, além da implantação de um sistema informatizado de classificação de risco, o monitoramento do status operacional de cada unidade, monitoramento da jornada do paciente no âmbito local e gerenciamento dos leitos para facilitar a intervenção oportuna nas redes de urgência da rede municipal. “Temos a convicção de que esta conquista será continuada em prol de uma gestão cada vez mais integrada e eficiente”.