O Fleury Medicina e Saúde acaba de colocar em rotina o mais novo exame para câncer de próstata metastático, o chamado ‘Painel Somático de Próstata’, com a finalidade de avaliar simultaneamente 22 genes da via de reparo por recombinação homóloga do DNA (do inglês RRH – homologous recombination repair) em tumores de próstata. Por meio do sequenciamento de nova geração, o teste permite a avaliação de mutações no tecido tumoral para identificar variantes preditivas de sensibilidade a terapias-alvo. O teste avalia as alterações pontuais (trocas de nucleotídeo único e pequenas inserções e deleções), como também alterações amplas (duplicações e deleções do gene) nos 22 genes do painel.
O teste é feito no tecido tumoral da biópsia e utiliza técnicas de biologia molecular e bioinformática para realizar o sequenciamento do DNA das células neoplásicas e a identificação de variantes nos 22 genes do Painel Somático de Próstata. O mapeamento das variantes patogênicas e anotação clínica com base em características clínico-patológicas do paciente resulta em um laudo que auxilia, de forma individual, a decisão terapêutica.
Para os casos de cânceres metastáticos, o ‘Painel Somático de Próstata’, cujo resultado fica pronto em 15 dias corridos, proporciona uma oportunidade de direcionar e trazer melhor resposta ao tratamento com menos efeitos colaterais, seguindo a tendência de medicina personalizada que busca a medida terapêutica mais adequada para cada indivíduo.
O novo exame foi desenvolvido e validado internamente pela área de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Fleury e colocado de forma pioneira no mercado brasileiro para trazer novas alternativas ao tratamento do câncer de próstata metastático e, assim, associar benefício aos pacientes.
Estudo em genes da via de reparo por recombinação homóloga do DNA (RRH)
Os primeiros resultados do ensaio clínico PROfound foram apresentados no ano passado, no congresso de 2019 da ESMO (European Society for Medical Oncology) – o principal evento de oncologia da Europa e o segundo mais importante do mundo, e publicados em maio de 2020 no periódico científico ‘The New England Journal of Medicine’.
O PROfound é um ensaio clínico randomizado de fase III que avaliou o uso de olaparib, um inibidor de PARP (poli [adenosina difosfato–ribose] polimerase), no tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) em relação às opções de tratamento padrão com enzalutamida ou abiraterona.
Foram estudados 387 pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração, isto é, pacientes com progressão da doença após tratamento prévio com agentes antiandrogênicos, e portadores de mutações em pelo menos um de 15 genes relacionados à via de reparo por recombinação homóloga do DNA. O uso de olaparibe foi associado ao benefício em sobrevida livre de progressão radiográfica e taxa de resposta de 22%. O estudo também apontou em análises interinas que o uso do componente propicia maior tempo de sobrevida global em relação ao grupo controle (terapias convencionais). Estudos como esse têm potencial para beneficiar um número considerável de pacientes, dado que essas alterações genéticas podem ser identificadas em 20% a 30% dos casos de câncer de próstata avançado.
“O resultado do estudo consolida mais uma alternativa de terapia-alvo para câncer de próstata metastático e que aliada ao diagnóstico por meio do novo exame Painel Somático de Próstata permite identificar a terapia adequada para proporcionar maior sobrevida e qualidade no tratamento para os pacientes em estágio avançado”, explica Dr. Aloísio Souza F. da Silva, assessor médico em Patologia do Fleury Medicina e Saúde.
Também, recentemente foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) a utilização de outro inibidor de PARP, o rucaparibe – este voltado para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração e portadores de mutação patogênica nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes da via de reparo por recombinação homóloga do DNA).
No Brasil, vale ressaltar, que o uso de inibidores de PARP para neoplasias que apresentam alterações com perda de função em genes da via de reparo por recombinação homóloga (RRH) já está aprovado para tratamento de câncer de ovário e câncer de mama e no tratamento de manutenção em câncer de pâncreas.
Outros exames para diagnóstico do câncer de próstata
O Fleury Medicina e Saúde oferece outros exames específicos para o câncer de próstata. Para o rastreio da doença, recomendado aos homens entre 45 e 75 anos de idade, é necessário fazer o PSA (exame de sangue) e/ou exame de toque retal anualmente.
Já para identificar agressividade dos tumores de próstata, é possível realizar o Oncotype DX – Genomic Prostate Cancer (GPS), em que são estudados 17 genes para auxiliar na decisão entre acompanhamento clínico versus tratamento cirúrgico associado ou não à radioterapia. Com todas essas informações, o exame auxilia os médicos na definição do prognóstico de forma confiável e na tomada de decisão para estabelecer um plano de tratamento adequado.
Há, ainda, o Painel Câncer de Próstata Hereditário, que avalia 19 genes e tem por finalidade identificar o risco genético do câncer de próstata entre as gerações.
Todos os exames citados estão disponíveis nas unidades do Fleury Medicina e Saúde, nos 29 hospitais clientes do Grupo Fleury espalhados pelo Brasil e por meio da plataforma Fleury Genômica.