Técnica para remoção de nódulos benignos da tireoide evita a retirada da glândula, cicatriz e a necessidade de reposição hormonal

Estima-se que 60% da população brasileira desenvolverá em algum momento da vida nódulos da tireoide. Destes, 95% serão benignos. Os dados são da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Em alguns casos, a única indicação para o tratamento é a cirurgia convencional, deixando cicatrizes e a possibilidade – em necessidade da retirada total da glândula (tireoidectomia) -, de reposição hormonal para o resto da vida.

Mas esse cenário acaba de mudar e traz aos pacientes com nódulo benignos da tireoide uma inovadora alternativa: o procedimento Ablação por Radiofrequência (RFA), uma eficaz alternativa para tratar e reduzir o tamanho dos nódulos benignos, císticos e não-císticos da tireoide. “O procedimento de aplicação da radiofrequência é realizado através da inserção de um eletrodo no centro do nódulo a ser tratado, guiado por ultrassonografia. O nódulo é aquecido, fazendo uma termolesão tecidual controlada. O procedimento reduzirá gradativamente, em um período de seis meses após a aplicação, o volume apenas do nódulo, preservando, assim, as funções hormonais da glândula da tireoide, além de evitar a cicatriz, resultado da cirurgia convencional”, explicou Dr. Erivelto Volpi, médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e coordenador do Curso de Medicina da Faculdade UNINOVE – Campus São Bernardo do Campo.

No entanto, é importante destacar que nem todos os nódulos benignos são elegíveis para o procedimento de Ablação por Radiofrequência. “Primeiramente, é necessária a comprovação por meio de ultrassonografia e punção aspirativa que esse nódulo é realmente benigno.  Além disso, a técnica é recomendada para o tratamento de nódulos grandes que incomodam o paciente e causam sintomas compressivos em estruturas importantes, como o esôfago, dificultando a deglutição; a traqueia, resultando na dificuldade de respiração; ou mesmo nódulos em crescimento que incomodam esteticamente o paciente”, esclarece.

A Ablação por Radiofrequência também é possível para o tratamento dos nódulos autônomos que produzem em excesso os hormônios tireoidianos causando o hipertireoidismo, conhecida como Doença de Plummer. “Com a chegada do procedimento ao Brasil, temos essa importante opção para apresentar aos nossos pacientes com essa indicação”. O médico também explica que não há limites de tamanho do nódulo para a realização do procedimento. “Procedimentos realizados em outros países comprovaram que o nódulo benigno pode ser tratado em uma única sessão de ablação. Porém, para nódulos grandes é necessária uma nova sessão, realizada após seis meses da primeira”.

O procedimento no Brasil segue o mesmo protocolo da Coreia do Sul e da Itália, dois dos mais importantes polos de referência do mundo em Ablação por Radiofrequência para o tratamento de nódulos benignos da tireoide. “Estamos usando o mesmo material utilizado em outros países, sem nenhuma adequação na técnica. Apenas optamos pela sedação anestésica, porém, o procedimento pode ser realizado com uma anestesia local e, quando realizado em um ambiente hospitalar, é possível o uso de anestesia geral. O tipo de sedação será determinado de acordo com o paciente e sua preferência”, esclarece.

Dr. Erivelto reforça que “com a chegada da Ablação por Radiofrequência ao nosso país, temos a oportunidade de apresentar essa importante alternativa aos nossos pacientes, evitando os transtornos e riscos da cirurgia convencional”.

Redação

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