O novo secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Marco Antonio Zago, disse que a pasta, sob seu comando, irá intensificar a atuação em parceria com os municípios paulistas e o governo federal.
Ele foi empossado oficialmente pelo governador Márcio França na manhã de terça-feira (24) em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, na capital paulista. Zago substitui o infectologista David Uip, que deixou o cargo de secretário na semana passada.
Segundo o novo secretário, o sucesso do SUS (Sistema Único de Saúde) “vai decorrer dos esforços conjuntos das três esferas de governo – municipal, estadual e federal, que precisam trabalhar de forma integrada”.
Ele destacou inicialmente o papel de relevância dos profissionais da área da saúde, referindo-se à “enorme dedicação desses servidores”, “muitas vezes às custas de sacrifícios pessoais e familiares, jornadas amplas e demanda crescente”.
Zago lembrou que o SUS completa, em 2018, 30 anos de existência e, entre os exemplos de sucesso, citou o Programa Nacional de Imunizações, o tratamento dos pacientes soropositivos e o de Saúde da Família, além do sistema nacional de transplantes. “O Brasil, sem o SUS, seria um país inviável”, afirmou. Enfatizou o gigantismo da rede da Secretaria de Estado da Saúde, com 98 hospitais estaduais – enfatizando o papel de grandes referências de SP e do país, como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, além dos outros hospitais universitários como o de Ribeirão Preto, de Botucatu, de Marília e de São José do Rio Preto –, além dos 59 Ambulatórios Médicos de Especialidades (os AMEs), entre outros serviços vinculados à pasta, como unidades de pesquisa e produção como o Instituto Butantan, e o trabalho de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária.
O secretário reafirmou o seu compromisso de dar continuidade às obras dos novos hospitais estaduais de Caraguatatuba, Serrana e Bebedouro, além do novo Hospital das Clínicas de Bauru, que servirá como hospital-escola para o novo curso de Medicina da USP na cidade. Afirmou ainda que dará prosseguimento às mais de 160 obras do programa “Saúde em Ação”, uma parceria da Secretaria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que beneficia 71 municípios em cinco regiões do Estado.
Zago destacou também que o governo do Estado seguirá apoiando financeiramente as santas casas e hospitais filantrópicos como forma de combater o subfinanciamento e a defasagem da tabela do SUS. O combate à “judicialização da saúde”, segundo o secretário, continuará sendo prioridade da Secretaria, por meio da intensificação da articulação com órgãos judiciais e entidades médicas.
“Diante do quadro que desenhei, para um período de oito meses, espero que lhes pareça suficiente minha resposta de que pretendemos manter a integralidade das ações do SUS no Estado, acrescidos da forte parceria com os gestores dos 645 municípios do Estado, e um esforço para racionalizar nossas ações frente a desafios como a judicialização e os agravos decorrentes da mudança do perfil populacional, e a certeza das ameaças de doenças emergentes e re-emergentes”, concluiu o novo secretário.
Médico e cientista, Marco Antonio Zago foi professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), pró-reitor de Pesquisa e reitor da Universidade de São Paulo (USP). É membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).