Novos medicamentos para tratar obesidade: mudanças no futuro

“Estudo com semaglutida para obesidade e o da terzipatida em pacientes com diabetes, com bons desfechos para perda de peso, trazem resultados muito superiores aos medicamentos aprovados no Brasil e acenam com mudança importante para o futuro”, afirma a Dra. Maria Edna de Melo, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) e palestrante do 14° Congresso Paulista de Endocrinologia e MetabologiaCOPEM 2021 que acontece de 5 a 7 de agosto, online.

A especialista conta que medicamentos devem ser indicados para pessoas com obesidade ou sobrepeso e comorbidade associada que não obtiveram sucesso na perda de peso apenas com mudanças de estilo de vida. “Essas pessoas precisam da intervenção de medicamentos, que são eficazes, mas essa eficácia varia entre os pacientes. Entre os principais desafios durante este tratamento estão o uso regular e o controle de expectativas irreais, pois os medicamentos controlam e não curam a obesidade, que é uma doença crônica”, enfatiza Dra. Maria Edna.

Tratar a obesidade sem intervenção farmacológica com abordagens voltadas ao estilo de vida também é possível para alguns casos. As estratégias nutricionais e cognitivo-comportamentais são efetivas e o automonitoramento e controle de estímulos estão associados com excelentes resultados. É o que evidenciam estudos científicos, multicêntricos e de longa duração como o estudo ‘Look Ahead – The action for heat in diabetes‘.

Essas estratégias devem ser individualizadas e levar em conta a disponibilidade de tempo, habilidade com equipamentos eletrônicos que podem servir de ferramentas, acesso a nutricionista, educador físico (ou outros profissionais, já que a obesidade tem fatores multidisciplinares) e outras características. “O tratamento deve sempre ser individualizado. Não há milagre para perda de peso”, reforça a endocrinologista.

De acordo com os estudos, é importante:

— Gerenciar fatores externos que possam despertar o desejo de comer, como visão ou cheiro dos alimentos;

— Reduzir a exposição a alimentos problemáticos, evitando praças de alimentação, fast foods e bufês livres;

— Não ter em casa alimentos que não sejam para consumo diário, como muitos alimentos ultraprocessados. Lembre-se: se não é para comer, não tenha! Não compre!

A endocrinologista ainda destaca algumas estratégias para mudança do estilo de vida:

— Restringir a compra de alimentos menos saudáveis;

— Planejar as compras e não realizá-las antes das refeições;

— Manter alimentos fora do campo visual;

— Servir porções modestas e manter a mesa livre de pratos de servir;

— Comer devagar e não se envolver em nenhuma atividade durante as refeições;

— Limitar a alimentação a um ou dois cômodos da casa;

— Evitar lanches durante outras atividades;

— Planejar a alimentação em situações fora da rotina.

‘Intervenções Não-farmacológicas e Farmacológicas no Manejo da Obesidade’ é o tema de Simpósio que será apresentado durante o 14º COPEM.

Redação

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