Simuladores médicos, cirurgias robóticas, telemedicina e mais outros tantos aparatos tecnológicos têm transformado o setor de saúde nos últimos anos. E, agora, começa mais uma evolução com as tecnologias do metaverso. Óculos de realidade aumentada (ou AR, de Augmented Reality), e realidade virtual (ou VR, de Virtual Reality) serão usados em cirurgia de rinoplastia, com transmissão em tempo real, para a capacitação de médicos.
Dados da Accenture, divulgados no último mês de junho, apontam que 80% dos profissionais de saúde acreditam nos impactos positivos da realidade aumentada e da realidade virtual no setor. O estudo ouviu 391 profissionais de saúde de dez países. Dentre as vantagens, a capacitação é uma das mais citadas. Equipes médicas, por exemplo, podem aprender novos procedimentos sem precisar estar presencialmente no bloco cirúrgico. Também é possível ter um campo de visão bem mais eficiente para a aprendizagem.
Fundador do Ambulatório de Rinoplastia da Otorrinolaringologia da Santa Casa de Belo Horizonte, o médico Renato Sousa começou a fazer uso desses recursos tecnológicos, especialmente em aulas. Isso porque os óculos de realidade aumentada transmitem, em tempo real, o exato campo de visão do otorrinolaringologista durante a realização da cirurgia. Ou seja, o aluno, que está fora do bloco cirúrgico, consegue acompanhar a rinoplastia por meio das imagens captadas pelos olhos do cirurgião. É possível ver todos os detalhes dos procedimentos utilizados. Os óculos garantem o acompanhamento por um ângulo de visibilidade melhor até mesmo que o do presencial.
E tem mais: por meio da realidade virtual (VR), é possível interagir e tirar dúvidas. Há outros pontos positivos. O registro em vídeo das imagens com realidade aumentada contribui para o acompanhamento e estudos pós-cirúrgicos. “As tecnologias de VR e AR viraram aliadas no ensino. Técnicas complexas exigem uma vivência completa no aprendizado”, explica Sousa, que é titular da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica Facial, além de ser membro da International Federation of Facial Plastic Surgery Societies e da Rhino.
Brasil ocupa posição de liderança na rinoplastia
O Brasil é líder em rinoplastia no mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Em 2020, foram realizadas 87.879 cirurgias plásticas dessa modalidade no país. Essa posição de liderança é acompanhada pelo uso das melhores técnicas no procedimento.
A realidade aumentada tem sido valiosa em várias áreas e na medicina é uma importante ferramenta de ensino. O aprendizado médico é altamente complexo, realizado quase sempre no local de trabalho com instruções envolvendo todos os tipos de variações possíveis. Isso faz com que alunos aprendam virtualmente como se estivessem dentro de um bloco cirúrgico.
Os óculos de realidade aumentada são compostos por lentes que dão uma nova forma à maneira como vemos as imagens, em um efeito chamado 3D estereoscópico. Se você aproximar seus olhos de um objeto qualquer e olhar para ele fixamente perceberá um efeito bastante parecido ao que óculos fazem: você vê duas imagens como se fossem uma só. Eles já vêm sendo usados em diversas áreas, uma vez que têm o objetivo de projetar no meio digital elementos do mundo físico, em tempo real. Por isso o seu uso em cirurgias vem ganhando adeptos e a rinoplastia, tem se beneficiado com essa ascensão.