O Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), localizado no interior paraense, utiliza práticas humanizadas para auxiliar no tratamento de bebês prematuros, principal público em atendimento na unidade. Entre as ações adotadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de Cuidados Intermediários (UCIs), está o “Ofurô Terapêutico”.
O método tem como objetivo o relaxamento do recém-nascido, por meio das propriedades da água aquecida e das técnicas de hidroterapia e mobilidade aplicadas pela fisioterapeuta, que favorecem a recuperação clínica e estabilização dos sinais vitais. A unidade, que pertence ao Governo do Estado e é gerenciada pela Pró-Saúde, atua como referência para gestantes de alto risco na região do Baixo Tocantins.
Rafaela Miranda, fisioterapeuta do HMIB, explica que essa técnica “ativa a memória do recém-nascido, remetendo ao período em que estava no útero da mãe. Isso proporciona relaxamento, evita a perda de peso e contribui para a redução dos níveis de estresse neonatal”. É possível destacar ainda o estímulo à produção de cortisol, que favorece o desenvolvimento neurológico da criança, além do ganho de tônus muscular, controle de tronco e respiratório.
Ravy Gael da Silva Oliveira, de apenas 15 dias de vida, já experimentou o banho de ofurô terapêutico da unidade. O pequeno deu entrada na UCI para ganhar peso, logo após o parto, em 8 de agosto, já que nasceu com apenas 33 semanas de gestação. Ele recebeu alta na tarde desta segunda-feira (22).
“Além dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, os enfermeiros ganham destaque como parte integrante desta prática, conduzindo o processo junto aos familiares e incentivando a participação efetiva do acompanhante no momento do banho. Sempre orientamos as mães sobre como reproduzir essa ação em casa, já que é muito positiva e acalma o bebê”, complementa Nataliel Miranda, coordenador da UTI Neonatal do HMIB.
A unidade conta ainda com outras práticas humanizadas que visam proporcionar o bem-estar dos prematuros e auxiliar a recuperação clínica, como o Método Canguru, que consiste em manter o bebê prematuro e de baixo peso no contato pele a pele na posição vertical, junto ao colo dos pais.
“Há ainda o Projeto Octos, onde polvinhos de crochê fazem companhia para os bebês prematuros nas incubadoras. Os tentáculos remetem ao útero materno, se assemelhando ao cordão umbilical, proporcionando conforto e acolhimento. É uma ferramenta de estimulação sensorial, tátil e visual, que contribui para o desenvolvimento neurocognitivo dos recém-nascidos”, lembra Lorena Portal, diretora Assistencial do HMIB.