Os mitos sobre telemedicina que a pandemia do novo Coronavírus ajudou a derrubar

Em tempos de crise, como esta da pandemia da Covid-19, é comum revisitar conceitos. Afinal, precisamos nos adaptar a situações inusitadas. É o que está acontecendo com a telemedicina que diante da pandemia deixou de ser um tema de discussão para fazer parte do arsenal de soluções diante da necessidade de isolamento social e acesso a saúde. Com a utilização de ferramenta muitas dúvidas em relação a esse recurso tecnológico na saúde caíram por terra. Por outro lado, também os limites da telemedicina parecem ter ficados mais claros. Por exemplo, o limite que médico e paciente devem estabelecer para a realização de uma consulta presencial ou a distância e aqui já derrubamos o primeiro mito: não existe “consulta presencial versus consulta a distância”. Na verdade, essas duas modalidades de atendimento ao paciente são complementares, ou seja, uma não exclui a outra.

Elencamos aqui com Guilherme Weigert, CEO da Conexa Saúde, plataforma de telemedicina independente, que em maio realizou 300 mil teleconsultas, cerca de 10 mil por dia, os principais mitos sobre o segmento que já caíram por terra:

Recurso tecnológico caro e destinado às classes mais ricas/MITO
Por que?

Ao contrário, a telemedicina facilita o acesso democrático à saúde. Pode ser utilizada para levar saúde, desde atenção primária até atendimento de especialistas, a regiões sem acesso. Portanto, o Brasil, com sua grande extensão territorial, regiões isoladas e de difícil acesso, distribuição desigual de recursos médicos de qualidade, tem muito a se beneficiar da telemedicina.

Complicada de usar/MITO
Por que?

A pandemia do novo coronavírus serviu para mostrar a médicos e pacientes dos mais diferentes perfis que, apesar da telemedicina fazer uso de sofisticada plataforma em termos de robustez e segurança, é muito fácil de usar. Para o paciente é só baixar um aplicativo no celular ou no computador, procedimento que a maioria das pessoas já faz em seu dia a dia. Para os profissionais de saúde que passaram a utilizar o recurso, basta um treinamento de algumas horas.

Tem seu campo restrito ao atendimento primário/MITO
Por que?

A telemedicina é utilizada em diversos setores da saúde, como cardiologia, neurologia, radiologia, enfermagem, oncologia, oftalmologia etc. e também na atenção primária. Na cardiologia, por exemplo, a telemedicina associada a outros dispositivos (alguns comprados em farmácias) permite que o médico monitore a distância pacientes com marca-passo ou durante a teleconsulta verifique quadros de arritmia cardíaca.

Vai substituir a consulta presencial/MITO
Por que?

Teleconsulta e consulta presencial são complementares. Cabe ao médico saber qual é o limite entre as duas situações. Um dos benefícios experimentados durante a pandemia do novo coronavírus foi justamente fazer a triagem dos pacientes na teleconsulta, encaminhando para o atendimento presencial apenas os casos que necessitavam realmente. Esse procedimento é válido em qualquer situação, não somente em momentos de pandemia, e traz benefícios para médicos, pacientes e sistema de saúde.

A telemedicina não é segura/ MITO
Por que?

Telemedicina pressupõe a utilização de uma plataforma tecnológica que se destaca pela robustez, segurança e integração de recursos, permitindo ao médico, por exemplo, emitir receitas e ter acesso ao prontuário eletrônico do paciente. Além disso, o médico também pode se comunicar e trocar conhecimentos com outros profissionais.

E o que é verdade?

Telemedicina é um recurso tecnológico que contribui para aproximar médico e paciente em um país geograficamente grande e desigual como o Brasil, levando saúde, inclusive especialidades médicas, a mais pessoas. Contribui para desafogar e tornar mais eficiente o sistema de saúde, resolvendo na teleconsulta de modo eficiente, seguro e financeiramente viável, a maioria dos casos e encaminhando para hospitais e pronto atendimento os quadros mais complexos. A tecnologia também permite a médicos compartilhar conhecimento e boas práticas. Tudo isso e muito mais. Portanto, a verdade é que telemedicina é uma solução que veio para ficar.

Redação

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