Um piloto da Azul Linhas Aéreas foi transportado, na noite desta terça-feira (29), de Maringá (PR) para São Paulo (SP) em uma UTI aeromédica da Brasil Vida Táxi Aéreo com complicações clínicas após contágio por Covid-19. A missão exigiu o uso de tecnologia ECMO, um sofisticado aparato que funciona como um coração artificial e um pulmão artificial para o paciente, por meio de um circuito de tubos, bomba, oxigenador e aquecedor que ficam instalados fora do corpo.
“Estas são missões demasiadamente delicadas, por causa da instabilidade do paciente e os cuidados adicionais que devem ser seguidos à risca para manter o quadro clínico do paciente. Todo o procedimento, incluindo o manuseio dos equipamentos e a logística de embarque e desembarque exige precisão e atuação eficiente. O voo do comandante ocorreu sem nenhuma intercorrência”, afirma o coordenador aeromédico Ramon Mesquita.
Para atender esta missão, um avião da Brasil Vida decolou da base de São Paulo com a equipe médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para onde o paciente foi levado. Atuaram na remoção dois médicos e um perfusionista do Oswaldo Cruz e um médico e enfermeiro intensivistas da Brasil Vida.
A Azul também enviou um avião Pilatus PC-12, da frota operacional da empresa, para levar os familiares do colaborador a São Paulo, onde devem permanecer durante o tratamento do piloto na capital paulista.
ECMO
Para realizar um transporte aeromédico com tecnologia ECMO, é necessária uma equipe especializada no equipamento, e deve ser composta de um médico intensivista, um cirurgião torácico, um perfusionista e um enfermeiro especialista.
A Brasil Vida é referência no país neste tipo de transporte. Durante a pandemia, realizou outros voos com pacientes ECMO. Em agosto, transportou um médico de Aracaju (SE) para o mesmo hospital em São Paulo (SP), também com complicações após o contágio da doença. Nos dois casos, os pacientes não tinham nenhuma condição de ser transferido sem a utilização do equipamento.
“O transporte aéromédico e também em solo são muito específicos, muito demorados e requer vasto conhecimento técnico, além de experiência no transporte de pacientes graves”, explica o médico Fernando Gondo, que participou do transporte realizado no mês passado.
Para o médico, o sentimento que fica nesse tipo de operação é o de dever cumprido. “A gente fica muito feliz de proporcionar ao paciente uma chance a mais que ele precisa para vencer esta doença que está assolando o mundo”.