Preço dos medicamentos no país sobe 0,87% em março, revelam Fipe e Bionexo

Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram alta de +0,87% em março deste ano, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo – healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde. O resultado representa a quarta alta seguida, após os avanços em dezembro do ano passado (+0,19%), janeiro (+0,27%) e fevereiro (+0,64%) deste ano. No acumulado do primeiro trimestre de 2022, o IPM-H apresenta uma variação total de +1,74%. Já nos últimos 12 meses, o avanço foi de +4,89%.

O desempenho em março foi superado pela inflação medida no período pelo IPCA/IBGE (+1,62%) e pelo IGP-M/FGV (+1,74%), mas acima da taxa média de câmbio (-4,39%). Segundo Rafael Barbosa, CEO da Bionexo, o comportamento segue uma tendência de estabilidade observada desde o fim do ano passado, porém o cenário pode mudar a partir de abril. “O índice do período não diverge de forma significativa do patamar observado nos anos anteriores, salvo pelo registro em março de 2020 (+2,1%). Espera-se que o reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a partir de abril (10,89% máximo para os três níveis), sendo o segundo maior do histórico (em 2016, foi de 12,50%), tenha impacto relevante no comportamento do IPM-H em abril e meses seguintes”, afirma.

A variação positiva em março foi impactada pelos grupos sistema nervoso (+6,91%), aparelho respiratório (+3,99%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+1,78%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+1,59%) e preparados hormonais (+0,89%). Em contrapartida, houve quedas em aparelho cardiovascular (-4,46%), sistema musculoesquelético (-2,19%), órgãos sensitivos (-1,25%), anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-1,19%), aparelho geniturinário (-1,06%), aparelho digestivo e metabolismo (-0,63%) e agentes antineoplásicos (-0,06%).

Considerando um horizonte mais amplo, o IPM-H já acumula uma alta de +4,89% nos últimos 12 meses, encerrados em março de 2022. Nesse cenário, contribuíram para o resultado as variações positivas nos grupos sangue e órgãos hematopoiéticos (+24,77%), preparados hormonais (+24,50%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+17,98%), órgãos sensitivos (+10,70%), aparelho respiratório (+9,50%), aparelho geniturinário (+9,29%), sistema nervoso (+7,11%) e agentes antineoplásicos (+0,55%). Por outro lado, tiveram quedas os grupos relacionados ao aparelho cardiovascular (-11,47%), sistema musculoesquelético (-9,27%), aparelho digestivo e metabolismo (-7,96%), anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-7,22%).

IPM-H

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é uma parceria entre a Fipe e a Bionexo, com o objetivo de disponibilizar informações inéditas e de interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 através da plataforma healthtech, por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é transacionado no mercado privado nacional.

A empresa conecta mais de duas mil instituições de saúde a mais de 20 mil fornecedores de medicamentos e suprimentos hospitalares. A cada mês e para cada grupo de medicamentos, a FIPE calcula o índice de variação do seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração algumas variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço das negociações, incluindo: (i) quantidade de produtos transacionada; (ii) distância geográfica entre hospitais e fornecedores.

Os medicamentos são agrupados em 13 grupos terapêuticos (classificação da ATC*) e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Bionexo no ano anterior. O IPM-H consolida o comportamento dos índices dos preços de cada grupo terapêutico, também ponderados pelo valor transacionado do grupo na plataforma. Embora possam estar correlacionados, o comportamento do IPM-H não mensura o comportamento dos preços de medicamentos em farmácias, isto é, nos preços ao consumidor final (segmento varejo). Além disso, o IPM-H não é uma medida de variação dos custos dos hospitais e/ou planos de saúde, que envolvem também gastos com equipamentos, procedimentos, materiais recursos humanos, protocolos de tratamento/atendimento e segundo frequência de uso.

Redação

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