Programa ajuda UTIs públicas a melhorar indicadores de qualidade

De acordo com dados do último Censo das UTIs, realizado em 2016 pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o Brasil possui um total de 1.961 unidades em atividade no País, das quais 550 (28%) são exclusivamente públicas e 499 de cunho filantrópico – totalizando 54% das UTIs que atuam no território nacional. Uma realidade comum nesse nicho específico, de acordo com análise da AMIB, está na dificuldade vivida pelas UTIs públicas de estabelecer padrões de qualidade de forma equiparada às unidades privadas do setor.

“De uma maneira geral, as UTI privadas são regidas por padrões de qualidade e segurança aos quais têm que se adequar sob o risco de perderem pacientes. Esses princípios ainda não atingiram as UTI públicas de forma disseminada, por motivos diversos, mas há uma preocupação da sociedade civil em relação a esse aspecto que deverá se traduzir, mais cedo ou mais tarde, na adoção de medidas que contemplem essas imposições”, afirma Dr. Ciro Leite Mendes, presidente da AMIB.

É justamente para estimular um movimento de mudança nesse cenário que a instituição acaba de lançar o AMIB Adota, um programa que visa apoiar UTIs públicas no aprimoramento de processos visando a melhoria de seus indicadores de qualidade. O projeto pretende mostrar que a implementação das estratégias sistematizadas tem um grande impacto nos indicadores e na eficiência da UTI, apoiando as unidades nesse processo com orientações sobre gerenciamento e capacitação profissional.

O programa prevê a escolha de uma UTI brasileira que tenha indicadores abaixo da média, que será acompanhada em um processo de assessoria gerencial, treinamento e aprimoramento técnico, além de supervisão permanente ao longo de 12 meses. A ação é gratuita e todo o trabalho de instrução será realizado pelos associados da AMIB de forma voluntária.

“Esse programa tem muita importância para nós. Uma vez concluído, ele servirá para demonstrar que investimento baixo em gestão e capacitação é uma questão que pode ser considerada efetiva. Se houver investimento é possível melhorar os indicadores de qualidade das UTI públicas, tanto relacionados ao desfecho dos pacientes quanto aqueles relativos ao uso de recursos. É nossa pretensão que isso possa servir de modelo para as iniciativas governamentais no setor”, avalia o presidente da AMIB.

Como participar do AMIB Adota

As inscrições para projeto vão até 8 de novembro e podem participar UTIs de todo o País que internam majoritariamente pacientes do Sistema Único de Saúde e integram o programa UTI Brasileiras, uma iniciativa da AMIB e da Epimed Solutions que consolida um Registro Nacional de Terapia Intensiva no Brasil. É preciso que as unidades participantes preencham seus dados de forma integral e contínua neste programa durante pelo menos três meses antes da data da seleção.

“Para saber se uma UTI pública desenvolve um bom papel na saúde, é necessária uma análise de indicadores de desempenho mínimos e que essa informação seja coletada localmente. Para isso é fundamental que a coleta de dados seja nacionalmente adotada, algo que a AMIB busca tornar realidade no país por meio do projeto UTIs Brasileiras”, explica Dr. Ciro.

A unidade que quiser participar deve preencher um formulário específico e anexar a carta do presidente da regional AMIB de seu Estado com exposição de motivos pelos quais espera ser selecionada. Para se candidatar e acessar o regulamento, basta clicar aqui.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.