Ter um programa de combate e prevenção a fraude passou a ser requisito para as empresas de órtese e prótese que desejam fechar contratos com instituições privadas de saúde do Rio de Janeiro. A exemplo disso, a empresa carioca Endo-Tec já trabalha na implementação de um programa de integridade que incentiva os colaboradores da instituição a seguirem regras e regulamentos.
Um dos casos de corrupção mais famosos no setor da saúde foi chamado de “a máfia das próteses”, em que planos de saúde e o SUS pagavam por produtos superfaturados e até mesmo por cirurgias indicadas sem necessidade.
Como uma das principais medidas para evitar problemas dessa natureza, a empresa adotou um canal de denúncias e o manual anticorrupção. De acordo com a especialista em compliance da Hage, Navarro, Fonseca, Suzart & Prudêncio Consultoria Anne Caroline Prudêncio, responsável por implementar o programa na Endo-Tec, as medidas são essenciais no auxílio ao desenvolvimento corporativo ético, transparente e contemplam o respeito aos valores da empresa e às regras e procedimentos nas operações.
“Nós criamos um programa de conscientização com os parceiros da empresa e também realizamos um treinamento com os funcionários. Abordamos diretrizes de presentes, brindes, passagens aéreas, além de ressaltar a proibição de patrocínios diretos”, explica a especialista.
Segundo a especialista, a adoção dessas medidas são benéficas para as empresas, uma vez que proporcionam abertura de mercados. “Muitas empresas não trabalham com parceiros que não possuam programas de integridade, pois caso as regras não sejam cumpridas as duas empresas serão responsabilizadas diretamente”, ressalta.
O diretor da Endo-Tec, Marcus Gebara, explica que decidiu implantar o compliance na empresa para formalizar as diretrizes que já estavam sendo seguidas anteriormente e, além disso, alguns dos convênios atendidos já estão solicitando o certificado do programa de integridade.
“Nós participamos de licitações no estado do Espírito Santo e a partir deste ano, será obrigatório que as empresas possuam programas de compliance para participarem do processo. Além do mais, alguns dos nossos parceiros, como médicos e hospitais não conhecem o programa e, por isso, iremos divulgar os nossos manuais anticorrupção e de conduta, pois essa é uma forma de estarmos sempre alinhados”, afirma.