Entre janeiro e agosto de 2020 foram realizadas 86,2 mil cirurgias de hérnias da parede abdominal via Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil, 50% a menos se comparado à 2019, quando os especialistas operaram 173,7 hérnias no mesmo período.
O número, reduzido devido à pandemia do novo Coronavírus, acende um alerta para as possíveis complicações causadas por hérnias abdominais, que podem levar à gangrena (morte do tecido devido à falta de irrigação sanguínea).
De acordo com o cirurgião e presidente da SBH, Dr. Christiano Claus, existem duas complicações da hérnia abdominal. “Pode acontecer que as hérnias fiquem encarceradas ou estranguladas. O encarceramento da hérnia não é um caso de emergência médica, mas provoca dor, já o estrangulamento pode causar necrose e infecção. Este quadro representa uma verdadeira emergência cirúrgica”, explica.
Nos dois casos parte de um órgão fica preso no buraco herniário. “O encarceramento acontece quando uma parte do intestino se torna preso à hérnia, podendo causar uma obstrução intestinal. O estrangulamento é quando a hérnia prende parte do órgão com muita força o que interrompe o fornecimento de sangue”, afirma o vice-presidente da sociedade, Dr. Marcelo Furtado.
As hérnias são orifícios ou fraquezas na musculatura da parede abdominal pelo qual os órgãos intraabdominais podem atravessar.
Segundo o diretor da SBH, Dr. Gustavo Soares, o paciente deve ficar atento à uma série de sintomas e, se necessário, buscar uma unidade de Pronto Atendimento. “Os pacientes devem procurar o pronto-atendimento em caso de sintomas como ver a hérnia mais visível que o normal, dor intensa com piora rápida, abdômen distendido, sentir a hérnia dura e apresentar náuseas e vômitos”.
Informações: sbhernia.org.br