Incidência do câncer em pessoas abaixo de 50 anos é de 22%, diz estudo

Dra. Suelen Martins, oncologista clínica do IBCC

Atrás apenas de doenças cardiovasculares, a mortalidade por neoplasias merece atenção nesse dia 27 de novembro, Dia Nacional de Luta Contra o Câncer. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para 2020 são esperados 625 mil novos casos da doença. Nesta sexta-feira (27), é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Câncer e de Luta contra o Câncer de Mama e o IBCC Oncologia discute o tema.

Um artigo publicado em julho de 2019, titulado “CÂNCER ANTES DOS 50: COMO OS DADOS PODEM AJUDAR NAS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO?” que utiliza informações do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e do INCA, traz como base os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), a incidência de acordo com a faixa etária entre os anos de 1997 a 2016 (20 anos) resultaram em 1.501.998 casos de algum tipo de câncer, sendo 78% nas pessoas acima de 50 anos e 22% nas pessoas com idade entre 20 a 49 anos em todo o Brasil.

Já a mortalidade avaliada neste mesmo período foi de 15% em pessoas com 20 a 49 aos e 85% em quem tem mais de 50 anos. Com o aumento da expectativa de vida ao longo dos anos, o risco de câncer também se eleva, pois a capacidade do corpo de regenerar células adequadamente e de manter o equilíbrio entre morte e sobrevivência celular pode ficar prejudicada, explica a dra. Suelen Martins, oncologista clínica do IBCC. “Idosos possuem 11 vezes mais chances de desenvolver neoplasias que os adultos mais jovens. Estudos projetam que 60% dos novos casos de tumores e mais de 70% da mortalidade por essa doença serão de pessoas com mais de 65 anos daqui a alguns anos. Desta forma, é extremamente importante que os idosos façam de forma sistemática seus exames de rotina e mantenham hábitos de vida saudável”, explica a médica.

Em relação ao aparecimento do câncer em jovens, a médica explica que intuitivamente jovens não têm câncer, “no entanto, adultos jovens têm apresentado maior incidência nos últimos anos. A mortalidade entre eles se elevou devido ao estilo de vida com hábitos alimentares irregulares e de má qualidade, sedentarismo, obesidade, tabaco e álcool podem ser os grandes “vilões” nesta população que se expõe de maneira precoce e intensa a fatores chamados “de risco” para o câncer. Isto porque a praticidade, agilidade e facilidade de produtos não saudáveis permitem o consumo de forma rotineira”, acrescenta.

Como a causa hereditária, ou seja, vinda desde o nascimento pelos genes herdados dos familiares, é a mais rara, a oncologista reforça que cada um deve fazer sua parte. “A prevenção é aquilo que podemos fazer por nós, ou seja, uma vez que sabemos os fatores que contribuem para a formação do câncer, tentar reduzi-los ao máximo é a melhor forma de prevenir. Ter rotinas e hábitos de exercício físicos diários e intensos, alimentação pobre em gordura e rica em fibras, evitar os famosos fast foods. Estas medidas visam melhorar a obesidade e fatores metabólicos do organismo. A cessação do tabagismo e etilismo são fundamentais estratégias que associadas à vacinação pelo HPV permitem reduzir o risco de câncer nesta população”, conclui a médica.

Taxas de aumento do câncer na população mais jovem

O maior percentual de aparecimento do câncer foi o de corpo do útero, que subiu 4,2% por ano, seguido por cólon e reto com 3,2%. O câncer de mama aparece com 2,5%, cavidade oral 1,2% e colo de útero 1%.

Redação

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