Reconstrução mamária com microcirurgia: uma ótima opção após mastectomia

Apesar de ainda incipiente a prática no Brasil, a reconstrução mamária com microcirurgia é bem consolidada no mundo acadêmico, com diversos estudos publicados que destacam a importância do procedimento após o tratamento do câncer de mama em mulheres que foram mastectomizadas (cirurgia para retirada parcial ou total das mamas). O assunto é constante nas principais revistas internacionais, como o Plastic and Reconstructive Surgery Journal, a de maior prestígio dentro da cirurgia plástica.

De acordo com o cirurgião plástico do IBCC Oncologia, Dr. Washington Lima, uma das opções da microcirurgia é utilizar o tecido abdominal, que oferece resultados mais naturais quando comparado a outras técnicas. “Neste caso, o tecido retirado do abdome mediante uma abdominoplastia é levado até o tórax. Os vasos sanguíneos que suprem este tecido são desconectados do abdome e reconectados aos vasos sanguíneos do tórax usando microcirurgia”, explica o cirurgião plástico.

Desde agosto foram retomados os procedimentos desta natureza, que estavam suspensos por conta da pandemia do novo Coronavírus e a prática tem sido uma opção dos cirurgiões. Diferente da reconstrução habitual utilizando o abdome sem microcirurgia, que é uma técnica que aumenta muito o índice de complicações da parede abdominal, a reconstrução microcirúrgica preserva os músculos do abdome e pode ser indicada sempre que a paciente possuir quantidade de tecido disponível nesta região, o que, segundo o médico, ocorre em aproximadamente 90% dos casos. Nesta prática, além de reconstruir as mamas, há o benefício de uma cirurgia plástica voltada para a estética abdominal, o que permite unificar os benefícios.

“Entre os benefícios estão a forma e consistência natural da mama, a preservação dos músculos abdominais, maior facilidade em simetrizar com a mama contralateral e melhora do contorno corporal com a abdominoplastia. Além disso, não há necessidade de implantes, o que torna os resultados mais estáveis a longo prazo”, afirma o Dr. Washington.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e já no roll da Agência Nacional de Saúde (ANS), a reconstrução mamária com microcirurgia utilizando o abdome como área doadora normalmente é uma opção que torna o resultado do procedimento mais natural em relação à prótese.

Vários estudos destacam os benefícios da reconstrução para a satisfação pessoal, sexual, imagem e qualidade de vida. Uma delas aconteceu com Denize Matias, 42 anos, que hoje está em acompanhamento após diagnóstico de câncer de mama em 2017. Ela passou pela reconstrução mamária com microcirurgia, o que mudou totalmente sua vida e autoestima.

Além da tristeza pela descoberta do câncer, Denize conta o quanto foi difícil lidar com a mastectomia e como isso prejudicou sua autoestima. “Parei meus sonhos, estagnei meus planos, tudo por conta do sofrimento e por não ter mais ânimo. O medo de colocar silicone era muito grande, pois iria morar no Pernambuco e o acompanhamento dele teria um difícil acesso. Quando o Dr Washington deu a opção da microcirurgia foi uma esperança de ter minha autoestima novamente. Hoje me sinto uma mulher forte, guerreira e mil vezes mais bonita, sou uma nova mulher”, relata Denize.

Redação

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