Robotização, inteligência artificial e custo-efetividade serão marcas da saúde do futuro

Henri Siegert Chazan, presidente do SINDIHOSPA

Referências nacionais do setor de saúde debateram sobre a saúde do futuro na sexta-feira (9), em Porto Alegre (RS). A primeira edição do ano do Seminário de Gestão – Tendências e Inovações em Saúde trouxe à capital gaúcha Paulo Hoff, um dos mais respeitados oncologistas do país, Evandro Tinoco, diretor médico do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), e Fábio Gandour, que foi cientista-chefe da IBM.

O evento – promovido pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL), em parceria com o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA) e a Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (AHRGS) – também reuniu gestores de entidades e de instituições de saúde.

Chefe da Oncologia da Rede D’Or São Luiz, Paulo Hoff falou sobre tendências para tratamentos do futuro. Robotização, manipulação genética e custo-efetividade foram algumas inovações comentadas pelo palestrante. De acordo com o oncologista, a cirurgia robótica se disseminará em menos de 20 anos.

“A evolução tecnológica é uma realidade demandada pelos nossos pacientes, esperada pelos colegas e, se ela puder ser levada de uma maneira bem equilibrada, vai realmente tornar a medicina muito diferente, mas certamente mais eficiente do que temos hoje”, enfatizou Hoff.

Especialista em Tecnologias da Saúde, Fábio Gandour traçou um cenário sobre a saúde do futuro, detalhando novas tecnologias para o controle de atendimento e prestação de serviços. “Temos de trabalhar com máquinas ao máximo para reduzir a capacidade de interferência humana nesses conflitos entre prestadores e pagadores de serviços de saúde”, ressaltou Gandour.

Hospitais do futuro

Diretor médico do Hospital Pró-Cardíaco, Evandro Tinoco analisou o futuro dos hospitais. O executivo expôs as novas formas de prestação de serviços com a atualização da área da saúde nos próximos anos. “Hoje, o espaço para transformação significa mudar o sistema, com clínicas de atendimento primário e outros parceiros. Nenhum hospital pode negar a integração com o atendimento primário, como a telemedicina, e com esse momento de uberização da sociedade”, comentou Tinoco.

Tinoco defendeu também que os hospitais criem núcleos de inovação, com profissionais de diversas áreas conectados com mudanças tecnológicas, como inteligência artificial e nanotecnologia.

A formação de lideranças médicas também foi apontada como prioritária para o gestor. “O grande desafio do sistema de saúde é buscar os melhores e trabalhar com eles em diversos segmentos para ajudar a transformar as formas de atuação. O médico deve ser colocado na posição de vanguarda na liderança do setor”, disse Tinoco.

O debate final foi formado pelos gestores convidados para esclarecer perguntas dos profissionais de saúde presentes no evento, com mediação de Alceu Alves da Silva, vice-presidente da MV. O presidente do SINDIHOSPA, Henri Siegert Chazan, encerrou o seminário ressaltando que a medicina e o setor de saúde estão em um momento de disrupção. “Esse seminário nos apresenta caminhos para renovação dos negócios, de práticas e abordagens. Serve também para reforçar a ideia de que hoje quem não se renova corre o risco de ser engolido pela história”, concluiu.

Redação

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