Em 2021 o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Jundiaí (SP) atendeu 19.415 chamados, média de 1.618 ao mês, o que equivale a 54 atendimentos diários. O número de atendimentos é 19% superior ao ano anterior, em 2020, cujo total de chamados foi de 16.411, que representa média de 1.367 atendimentos mensais e 45,5 ao dia. E no que depender deste início de ano, 2022 deve registrar o maior índice anual de atendimentos da história do serviço, que em agosto completou 16 anos, pois só em janeiro foram 1.905 chamados.
Segundo o médico coordenador do SAMU, Dr. Mário Jorge Kodama, o número de atendimentos do serviço tem crescido ano a ano, o que muda é o perfil dos pacientes “Em 2020, com o início da pandemia Covid-19, passamos a receber um número maior de chamados de pacientes com síndromes gripais. Em muitos casos, a recomendação era de isolamento, sem necessidade de ir a um hospital. Também atendemos muitos casos de pacientes graves, que necessitaram de internação”, relembra. “Além disso, ouve um aumento de casos relacionados a problemas psicológicos, como crises de depressão, ansiedade e outros decorrentes do isolamento, do medo e das próprias incertezas sobre a pandemia”, explica.
No ano passado, com o início da vacinação e retomada de alguns serviços, a movimentação voltou às ruas. “Casos de acidentes de trânsito, brigas, afogamento e outros relacionados ao ambiente externo – fora de casa – voltaram a configurar entre os mais frequentes no nosso serviço, como antes da pandemia”, diz. O resultado foi 3.003 atendimentos a mais que o ano anterior.
Já neste começo de ano veio a fusão de ambas situações. Com a nova variante da Covid-19, a Ômicron, um grande número de pessoas foi contaminada, sendo o serviço o principal acionado para a assistência. Em paralelo, acidentes de trânsito, acidentes domésticos, vítimas de arma branca e arma de fogo, mal súbito e outras ocorrências não deram trégua, elevando a média para 63, 5 atendimentos diários.
Para prestar assistência a todas essas pessoas, o SAMU conta com seis ambulâncias, sendo cinco Unidades de Suporte Básico (USB) e uma Unidade de Suporte Avançado (USA). O Ministério da Saúde preconiza uma UBS para cada 100 – 150 mil habitantes e uma USA para cada 400 – 450 mil habitantes. Juntas, as ambulâncias do SAMU percorrem em torno de 23 mil quilômetros por mês. A equipe é formada por 115 profissionais e o serviço funciona 24 horas por dia.
“Os dias têm sido intensos para nossas equipes, pois existem ocorrências que são rápidas, incluindo o recebimento da ligação, deslocamento da unidade móvel, assistência e remoção, e que não ultrapassam o tempo de uma hora. Por outro lado, em situações mais graves, o tempo de atendimento pode ser elevado a até 3 horas ou mais, tendo inclusive que ser acionado o suporte do Serviço de Atendimento a Pacientes Especiais e Crônicos”, diz.
A população pode auxiliar. “Ao acionar o serviço é importante passar informações precisas, sobre localização e estado do paciente, isso permitirá que seja enviado ao local o suporte móvel mais apropriado para a ocorrência, garantindo assim a eficiência. Outra ajuda importante, é não passar trotes ao serviço, pois enquanto um profissional está perdendo o tempo com este tipo de atendimento, uma vida pode estar sendo pedida”, finaliza o coordenador.