“Um em cada quatro de nós terá um AVC ao longo da vida. Não deixe que seja você”. Esse é o principal lema da campanha de conscientização mundial contra o acidente vascular cerebral (AVC) de 2019. Com índices assustadores, a doença é a segunda grande causa de morte no Brasil e atinge mais de 17 milhões de pessoas ao redor do mundo anualmente. Dessa forma, é imprescindível a união entre autoridades e gestores de saúde, a comunidade médica e a população para combater a patologia.
A gravidade da situação fez doze países da América Latina, incluindo o Brasil, se reunirem na cidade de Gramado, RS, para discutir estratégias e políticas públicas que amenizem os prejuízos causados pelo AVC.
Na Declaração de Gramado, documento com 16 medidas práticas estabelecidas no encontro, grande parte dos tópicos são voltados exclusivamente à prevenção. Atentar-se a fatores como hipertensão, sedentarismo, colesterol alto, dieta desregulada, estresse e tabagismo é essencial para manter evitar o AVC.
O Dr. Rubens J Gagliardi, neurologista e presidente da Associação Paulista de Neurologia (APAN), reforça a necessidade dos cuidados com a saúde. “É muito importante falar sobre prevenção e tratamento. O AVC está significativamente relacionado com o estilo de vida. A população precisa ter conhecimento dos fatores de risco, para se cuidar melhor, evitando um evento inesperado”, ressalta Dr. Rubens.
Pensando nisso, a APAN apoia esta campanha, coordenada internacionalmente pela World Stroke Association e no Brasil pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e pela Rede Brasil AVC e será realizada em várias cidades do Brasil. Em São Paulo, uma das atuações será em cinco estações do metrô de São Paulo e no Parque da Água Branca, na Zona Oeste da cidade, no dia 26 de outubro. O foco será investigar qual é o nível de conhecimento do público sobre a doença, (o que é o AVC, como caracterizar, como prevenir, como tratar e como agir). Simultaneamente, haverá um trabalho de orientação sobre os riscos, as precauções necessárias e os tratamentos ligados ao acidente vascular cerebral.
Neste ano, será feito um estudo comparativo simultâneo, com as condições de Buenos Aires (em conjunto com a Universidade de Buenos Aires), com o objetivo de averiguar a realidade paulistana com a buenairense e ampliar a percepção sobre a epidemia de AVC que atinge a América Latina.
Ainda que no cenário brasileiro a situação esteja melhorando com a criação de mais unidades específicas de atendimento, clínicas de reabilitação e reintegração social dos pacientes, há muito trabalho pela frente. É preciso que as pessoas se atentem mais a fatores desencadeantes, como pressão arterial elevada, tabagismo, altos níveis de colesterol, excesso de peso, sedentarismo, alcoolismo e cardiopatias (principalmente as arritmias).
Segundo dr. Rubens, “só seremos capazes de mudar este trágico panorama, com o esforço conjunto de profissionais da saúde, pacientes e políticas adequadas”. Também ressalta a importância do Dia Mundial do AVC (29 de outubro): data para esclarecer a população, cultivar os hábitos diários de prevenção e evitar, por fim, que a doença continue fazendo ainda mais vítimas entre os brasileiros.