Os médicos paulistas Celso Amodeo, Gabriel Fernando Todeschi Variane, Nucelio Luiz de Barros Moreira Lemos e Patrícia Moreno Grangeiro tiveram seus projetos selecionados para a fase final do Prêmio Euro Inovação na Saúde, premiação focada em projetos inovadores para este setor e que tenham um forte impacto social no país. O grande vencedor será divulgado em setembro e os médicos que quiserem votar para ajudar a definir quem será, têm até o dia 04 de agosto, por meio do site www.premioeuro.com.br, onde as informações de todos os candidatos estão disponíveis.
Celso Amodeo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e apresentou o projeto “Cardiômetro”, uma iniciativa da SBC que consiste em um site para gerar informação direta, de fácil acesso e de fonte segura, sobre as doenças cardiovasculares, as estratégias de prevenção e tratamento, calculadoras de avaliação individual de risco cardiovascular e até mesmo, uma guia de atendimento à parada cardíaca.
“As doenças cardiovasculares são as primeiras causas de mortes no Brasil e no mundo e a informação é uma das principais ferramentas para que os recursos da ciência médica possam se reverter em benefícios à saúde da população. No Cardiômetro, a informação é aberta, em linguagem clara e descomplicada, baseada em evidências cientificas. A maioria dessas mortes podem ser evitadas ou postergadas se as pessoas conhecem as medidas preventivas e o tratamento adequado”, explica o médico.
Também formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Gabriel Variane inscreveu o projeto “Protecting Brains & Saving Futures – PBSF” (em tradução livre, “protegendo cérebros e salvando futuros”), que envolve utilizar a tecnologia e inteligência para prevenir sequelas neurológicas em bebês de alto risco, com uma central de monitoramento denominada Central de Vigilância e Inteligência (CVI), que permite realizar assistência altamente especializada a centros hospitalares remotos através de ensino, treinamento, discussão de casos clínicos, implantação de hipotermia terapêutica a bebês com asfixia perinatal e monitoramento cerebral contínuo, 24 horas por dia, com uso de metodologias como o Eletroencefalograma de Amplitude Integrada associada à Leitura de EEG bruto e também o Near Infrared Spectroscopy (NIRS).
“No meu período de estudos fora do Brasil, tive oportunidade de conhecer mais o assunto e, quando retornei ao pais, fui motivado a investir tempo e criar um projeto que potencialmente tivesse a capacidade de, em ampla escala, melhorar o cuidado médico e, consequentemente, mudar a história de vida de múltiplos bebês com lesões cerebrais e suas famílias”, diz o médico.
O médico Nucelio Barros, também formado pela mesma faculdade, apresentou o projeto “Implante Laparoscópico de Neuromoduladores na Reabilitação de Pessoas com Lesão Medular”, um tratamento inovador para pacientes com lesões na medula, que proporciona maior qualidade de vida para essas pessoas, com a melhora da continência urinária e fecal, da função sexual e motora.
“O custo do implante, da reabilitação e, principalmente, da longa curva de aprendizado para a programação do equipamento e reabilitação dos pacientes é hoje o principal desafio. Como o tratamento não é contemplado por nenhuma das especialidades tradicionais da medicina, as técnicas de ensino ainda não foram desenvolvidas integralmente”, explica. “Só no Brasil, a lesão medular atinge cerca de 14 mil pessoas por ano e estima-se que cerca de 250 mil vivam atualmente com esta condição. Acreditamos que esta técnica seja aplicável a cerca 40% a 50% destas pessoas”, enfatiza o médico.
Patrícia Moreno, formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi selecionada com o “Instituto Remo Meu Rumo – Remar é Muito Mais Que Um Esporte”, um projeto voltado para crianças e adolescentes com deficiência física. Através da prática esportiva do remo e da canoagem, os pacientes têm ganhos que vão além das conquistas motoras como força e coordenação. Há uma melhora da autoestima e socialização e, especialmente em pacientes com paralisia cerebral, a espasticidade diminui durante a atividade.
“A criação do Instituto foi motivada pela escassez de estruturas e oportunidades de acesso a atividades de prática esportiva adaptadas para esta população. A equipe hoje é multidisciplinar, com instrutores de remo, psicólogo e fisioterapeuta que preparam esses alunos para a prática esportiva. A maioria destes jovens tem deficiência física, na sua maioria, paralisia cerebral, mas com a expansão do projeto, crianças com algum grau de deficiência intelectual ou mesmo jovens sem deficiência também estão no grupo, colaborando para um ambiente realmente inclusivo”, diz a médica.
O prêmio
Com o objetivo de reconhecer e oferecer incentivo na busca por soluções em produtos, serviços e ações inovadoras para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos brasileiros, o prêmio Euro Inovação na Saúde, distribuirá €1.000.000,00 (um milhão de euros), sendo 10 prêmios no valor correspondente em reais a € 50.000,00 (cinquenta mil euros) e um único prêmio ao grande vencedor no valor correspondente em reais a € 500.000,00 (quinhentos mil euros). A Eurofarma, patrocinadora oficial do prêmio, apoia o empreendedorismo no país, principalmente inovações que impactam diretamente no cuidado com a saúde dos brasileiros, aliado à sua crença na valorização da classe médica no país.