O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), dá mais um importante passo para o aperfeiçoamento na qualidade da assistência que presta a Jundiaí e região. A instituição foi uma das cinco selecionadas, dentre 34 hospitais brasileiros – único da região sudeste – para integrar o Programa Hospital Seguro para a Pessoa Idosa (PHSPI), executado pela Associação Beneficente Síria – HCor, via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O HSV já possui o selo inicial de Hospital Amigo do Idoso, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, desde 2020. Com essa nova iniciativa, o objetivo é o aprimoramento de um modelo de atenção em saúde baseado nas necessidades dos pacientes com 60 anos ou mais, focado na prevenção de complicações secundárias.
Na manhã desta quarta-feira, dia 11, a diretoria do HSV e a equipe multidisciplinar que colocará o projeto em prática na instituição, esteve reunida com a equipe do HCor responsável pelo apoio na implementação do modelo assistencial. “Todos os cinco hospitais selecionados passaram por avaliação, por entrevistas e obedeceram critérios para integrarem esse grupo seleto. Dentre as premissas, cada um deveria estar em uma região diferente do país, ter perfil de atendimento diferente, estar em níveis de evolução diferentes no cuidado com a população acima dos 60 anos”, explica a coordenadora de projetos do HCor, Enilda Lara. “O foco no público idoso envolve muitos desafios e, na caminhada, muitas trocas. Este projeto estará em evidência, nós daremos as ferramentas, mas o hospital é que dará o tom, revisitando protocolos e processos já existentes com base neste novo olhar”, completa.
“É nossa missão nos colocarmos no lugar das pessoas enquanto hospital, por isso, esse projeto é muito importante, especialmente no sentido de permitir que mais pessoas idosas, como pais e avós, possam retornar para suas famílias com a saúde restabelecida”, diz Matheus Gomes, superintendente do HSV. “Com o programa teremos condições de saber quais são nossos pacientes idosos com maior nível de fragilidade, cuidando ainda mais de quem mais precisa”, diz.
Perfil
Cinco anos atrás, 46,8% dos pacientes internados no HSV eram de pacientes a partir de 60 anos. Atualmente este índice é de 51%, o que reflete uma tendência mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que até 2.050, pessoas com idade superior a 60 anos corresponderão a um quinto da população mundial, o que equivale a 2 bilhões de pessoas.
A coordenadora do HCor explica que dentro de uma população acima dos 60 anos, nem todos possuem fragilidades ou precisam dos mesmos recursos. “Por exemplo, no HCor, 66% dos pacientes têm idade a partir de 60 anos e cerca de 20% são considerados pacientes idosos frágeis”, explica. Para essa análise é aplicado um simples questionário de seis perguntas e feita a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idoso (AMPI). “Assim é possível que junto ao enfermeiro, outro especialista auxilie na assistência daquele paciente conforme sua fragilidade, que pode ser nutricional, de mobilidade, consciência ou qualquer outra. Com essa expertise do HCor é que iremos contribuir com o São Vicente”, diz.
De forma prática, o programa irá contribuir para a implantação de processos que reduzam situações como queda, lesão por pressão, desnutrição, broncoaspiração, iatrogenia medicamentosa, declínio funcional e demais complicações comuns neste grupo de pacientes.
O programa está dividido em dez passos que norteiam todas as atividades. Para sua implementação e consolidação, foi implantado um Comitê Interno de Trabalho, composto por uma equipe multiprofissional de setores estratégicos. O objetivo é que todo o programa seja implantado até dezembro de 2023.
As melhores referências
Nos últimos anos o HSV tem buscado parcerias com hospitais renomados para desenvolver projetos que otimizem os recursos disponíveis, contribuindo de maneira exemplar para a operação diária. Dentre elas, o Lean nas Emergências, do Ministério da Saúde, cuja implantação é do Hospital Sírio-Libanês e foca na redução de superlotação em urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos.
“Apesar do nosso hospital ter quase 120 anos, sempre temos algo novo a aprender. Buscamos referências nas instituições nas quais acreditamos, que fazem trabalho sério e respeitado. Somando forças para realizar um bom trabalho”, conclui o superintendente.