Segundo o Censo 2020 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), atualmente, 144 mil pacientes estão em tratamento dialítico no Brasil e a letalidade da Covid-19 em pacientes renais crônicos é de 25%, enquanto na população geral é de 2,3%. Além disso, 33 mil pessoas estão na fila de espera para um transplante renal.
Neste cenário, os pacientes renais crônicos são um grupo de risco na pandemia e precisam ser priorizados na vacinação. “A população que realiza a hemodiálise ou diálise peritoneal não pode cumprir o isolamento, porque precisa sair de casa, cerca de três vezes por semana, para fazer o tratamento e continuar vivendo. Embora medidas de segurança contra a Covid-19 sejam tomadas, a exposição do paciente renal é muito grande e merece atenção especial”, afirma Dr. Osvaldo Merege Vieira Neto, presidente da SBN para o biênio 2021-2022.
Ainda de acordo com o último Censo da Sociedade, 90% dos pacientes realizam o tratamento em clínicas de diálise por todo o país e, em 2020, foram 35 mil óbitos entre pacientes renais, contrastando com o ano anterior (2019), que teve 25 mil óbitos entre esses pacientes. “Estamos bastante preocupados. A SBN, juntamente com outras entidades do setor, está buscando a prioridade na vacinação para os pacientes renais e tentando mostrar a importância dessa medida neste momento em que acontece mais de quatro mil mortes em 24h no Brasil”, reforça Dr. Merege.
O presidente da SBN conta que, na Bahia, os pacientes em hemodiálise estão sendo vacinados desde o dia 22 de março. A resolução CIB nº 041/2021 foi aprovada recentemente e torna os pacientes renais um grupo prioritário na campanha de vacinação no estado.
Somando esforços, há também o Projeto de Lei 203/21, de autoria da deputada Mara Rocha (PSDB), que visa incluir pacientes renais crônicos e transplantados como prioridade no processo de vacinação contra a Covid-19. O projeto coloca a medida na lei de enfrentamento à pandemia (lei 13.979/20) e está em tramitação na Câmara dos Deputados.