A agilidade no atendimento em casos de suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é vital para garantir a recuperação dos pacientes. Para orientar a população sobre os sinais de um AVC, o Hospital de Base de Bauru (SP), unidade sob gestão da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), promovem um simulado nesta segunda-feira (25), a partir das 9h. A imprensa de Bauru está convidada a participar. A iniciativa faz alusão ao Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado anualmente em 29 de outubro. A data busca conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção e do tratamento da doença. Além do simulado, a equipe de Neurologia do Hospital de Base de Bauru organizou um evento interno para o dia 27, com uma série de palestras educativas para seus colaboradores.
O simulado será feito em tempo real. Começará em uma residência na Vila Pacífico, em Bauru (SP), e abrange cenas fictícias de como deve ser feito um atendimento de um suposto caso de AVC. A iniciativa abrange desde o reconhecimento dos sinais do AVC – mostra a ligação telefônica pedindo uma ambulância do SAMU -, a saída do veículo da casa do paciente seguindo o trajeto para o Hospital de Base, até o acolhimento, triagem e adoção do protocolo AVC (mais detalhes abaixo) pela equipe do HBB. O simulado será gravado na íntegra pela equipe da Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) da Famesp e será divulgado, posteriormente, no site do Hospital.
Se o paciente tiver diagnóstico de AVC e chegar em até 4 horas e meia do início dos sintomas no hospital e for rapidamente atendido, ele pode receber uma medicação na veia que tem papel de ‘afinar’ o sangue e pode desobstruir o vaso no cérebro, aumentando em 30% a chance de o paciente ficar sem sequelas daquele AVC.
Tempo é cérebro
A equipe do AVC do Hospital de Base aproveita a sigla SAMU para a população memorizar e identificar os sinais de uma pessoa que esteja sofrendo um AVC: SAMU
– S de sorria (peça para a pessoa sorrir e observe se há boca torta), A de abrace (peça para a pessoa erguer os dois braços e observe se há fraqueza de um lado), M de mensagem (peça para a pessoa falar uma frase e veja se há dificuldade em fazer esta ação) e U de urgente (ligue para o 192 ou serviço de urgência do seu convênio).
“A área ao redor do AVC começa a sofrer com a falta de oxigênio e morre. Se a área atingida for pequena, há uma grande chance de o paciente se recuperar sem sequelas. Já se a área for grande, a reabilitação pode demorar um pouco mais. Mas, se o paciente demorar a receber atendimento médico, essa lesão vai se expandindo cada vez mais, e pode levar inclusive à morte”, alerta o médico neurologista Luiz Henrique Soares Silva Stefano, coordenador da unidade AVC do Hospital de Base de Bauru.
Porta aberta
O Hospital de Base é referência para 18 municípios da região de Bauru no tratamento de várias patologias como traumatologia e neurologia, por exemplo, que depende da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), para conseguir vaga de internação; mas no caso do AVC, o HBB é uma unidade de porta aberta, ou seja, se a pessoa apresentar sinais de AVC e chamar a ambulância do SAMU pelo 192 e for diagnosticado o acidente vascular cerebral, o veículo vai direto da casa do paciente até a unidade hospitalar, sem a necessidade da CROSS para regular a vaga.
Por causa da sincronia para um atendimento rápido nos casos de suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), o Hospital de Base de Bauru conquistou por sete vezes o prêmio ESO Angels Awards, criado para reconhecer e homenagear equipes e indivíduos comprometidos com a melhoria da qualidade na prática de AVC e estabelecer uma cultura de monitoramento contínuo. O último prêmio foi recebido em agosto de 2021.
O Código AVC foi implantado em Bauru, em abril de 2017, por meio de protocolo estabelecido pelo município e o Departamento Regional de Saúde (DRS-6), que passou para o Samu a regulação do acesso de pacientes ao Hospital de Base de Bauru.
Informações sobre o AVC
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é atualmente a segunda causa de morte no Brasil e a primeira causa de incapacidade no Brasil e no mundo. O acidente acomete uma a cada seis pessoas durante a vida, deixando cerca de 70% das pessoas com dificuldades para caminhar.