SOBOPE analisa impacto da pandemia nos serviços oncológicos pediátricos

A pandemia do Coronavírus tem impactado o cotidiano de toda a sociedade, especialmente dos serviços de saúde, devido à necessidade de atender um volume enorme de pacientes contaminados com a Covid-19.

Se por um lado observamos uma mobilização global para dar conta desse atendimento fundamental, por outro, é preciso ficar atento a serviços necessários, como a realização de exames de diagnóstico para pacientes oncológicos infanto-juvenis. O atraso desses exames e a queda na taxa de encaminhamentos de pacientes oncológicos prejudicam a identificação precoce da doença e impacta os índices de cura desta população.

A desorganização do sistema como um todo tem afetado o cotidiano e a vida das crianças que têm enfrentado dificuldade para conseguir atendimento em hospitais devido às restrições recomendadas pelo Ministério da Saúde e da ANS para que serviços como consultas, exames e cirurgias que não tenham urgência sejam postergados. “O impacto na vida desses pacientes é enorme, pois os pacientes oncológicos não tem como evitar o tratamento hospitalar”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Dr. Cláudio Galvão de Castro.

De acordo com a SOBOPE, desde o inicio da pandemia houve uma diminuição no número de encaminhamentos para avaliação de pacientes também em função do desenho do atendimento no Brasil. “O desenho não regionalizado do atendimento no país, sem observação de áreas de abrangência, acabou desencadeando uma queda significativa de encaminhamentos de casos oncológicos”, explica o presidente da SOBOPE.

Apenas no Hospital Santa Marcelina, de São Paulo (SP), que oferece atendimento ao Sistema Único de Saúde, convênios e particulares, e é apoiado pela Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), houve uma queda de 70% na taxa de ocupação do serviço de oncologia pediátrica entre janeiro e março deste ano. Os dados foram divulgados pela instituição e publicados pela Folha de S. Paulo.

É preciso que as ações sejam feitas de forma organizada e racional e não que se determine uma regra geral, pois as pessoas ficam com receio de procurar os sistemas de saúde na hora que precisam. “A doença não ataca mais em particular, mas o sistema atrapalhando acaba impactando no diagnóstico precoce e no cuidado dos pacientes. Algumas regiões têm mais casos do que outras e é preciso haver um equilíbrio para não corrermos o risco de comprometer ainda mais vidas”, conclui Dr. Cláudio Galvão.

Redação

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