A perda de aproximadamente 9 kg (22 libras) é capaz de reduzir em até 50% o risco para o câncer de mama, segundo estudos da Associação Americana de Pesquisa em Câncer (AACR) de 2015. Outra publicação mais atual que endossa a relação entre a obesidade e o câncer é a do Journal of the National Cancer Institute (JNCI), de 2019, titulada Lifestyle Intervention for the Reduction of Breast Cancer Risk in Normal Weight Woman, que mostrou que a melhora do estilo e da qualidade de vida com alimentação saudável e com a prática de exercícios físicos, conseguem diminuir o peso e a gordura corporal, e consequentemente, diminuir a inflamação crônica corporal e a produção de radicais livres que podem mudar o funcionamento das células corporais e predispor ao surgimento de tumores.
De acordo com a mastologista do IBCC Oncologia, Dra Vanessa Donatelli, é fundamental que a mulher mantenha o peso adequado com uma alimentação rica em nutrientes, a prática de atividades físicas regular. “Hoje em dia a obesidade é considerada um estado inflamatório constante do organismo. Nesta situação, há a produção de substâncias tóxicas capazes de estimular o desenvolvimento de células malignas”, afirma a mastologista.
A nutricionista do IBCC Oncologia, Jaqueline Carvalho explica que a manutenção do peso durante o tratamento do câncer de mama está relacionada ao melhor prognóstico. “Devemos lembrar que a obesidade vai além do peso da balança, o que pode impactar no tratamento é a quantidade de gordura corporal e é esse excesso de gordura que pode ser um dos fatores decisivos durante esse período”, destaca.
É importante que o paciente mantenha hábitos alimentares saudáveis, dieta pobre em alimentos ultraprocessados (bolachas, sucos industrializados e excesso de alimentos que contenham farinha branca) e em embutidos (salame, salsicha, linguiça, presunto, peito de peru), segundo a nutricionista. “A alimentação rica em frutas, verduras e legumes, com preferência a alimentos integrais e a inclusão de atividade física com orientação de um profissional da área e com recomendação médica, está associada à menor toxicidade da quimioterapia e melhores desfechos”, conclui.
Apesar das publicações associarem ao câncer de mama, a obesidade é considerada fator de risco para outros tipos de câncer, segundo a oncologista e pesquisadora do IBCC Oncologia, Dra. Lilian Arruda, um documento publicado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 16 de outubro de 2020, alerta que 6 dos 10 tipos de câncer mais prevalentes na população brasileira estão associados a uma alimentação inadequada, excesso de gordura corporal, sedentarismo e consumo de bebidas alcoólicas. Dentre eles destacamos o câncer de mama (em mulheres na pré ou na pós menopausa), câncer de próstata e câncer colorretal.