Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica propõe vias livres de Covid-19 durante pandemia

À medida que a pandemia de Covid-19 avança sobre o Brasil e são concretizadas as primeiras reações de defesa como o distanciamento social e aumento da estrutura hospitalar para atendimento destes pacientes, outra dura realidade se impõe: centenas de milhares de pacientes com doenças graves seguem necessitando de tratamento.

Pacientes, equipes de saúde e gestores tem se organizado para postergar de forma segura o tratamento do máximo de pacientes possíveis, cedendo espaço e poupando equipamento. Na outra ponta, pacientes com emergências médicas também têm sido considerados e seu tratamento imediato é inquestionável. Entretanto, o início ou continuidade do tratamento daqueles pacientes com doenças graves que não são emergências, mas cujo retardo no tratamento podem resultar em aumento da morbimortalidade, não estão recebendo a devida atenção, sob a justificativa de não ser o problema a ser resolvido agora.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) preocupa-se em especial com esse grupo de pacientes e considera que surge a mobilização para organizar o tratamento dos pacientes com doenças graves, em especial os portadores de câncer, cujo atraso significativo do tratamento resultará em danos maiores para os pacientes, com maior custo e sobrecarga, a médio prazo, para o sistema de saúde.

A pandemia, inicialmente estimada para durar 4 a 5 meses, pode, segundo estudo publicado na Science, uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo, baseado em dados de epidemias prévias por outros corona vírus nos Estados Unidos, ter picos intermitentes após o pico inicial mais severo. Esses episódios de recrudescimento podem perdurar até 2022, ou ainda pior, até 2024.

A SBCO entende que a forma mais segura, eficiente e econômica para seguir com o tratamento dos pacientes com doenças graves, não relacionadas ao Coronavírus, é a criação de vias livres de Covid (Covid-Free). Por essas vias, transitarão esses pacientes realizando seus diagnósticos e tratamentos, diminuindo o risco de serem infectados, reduzindo o consumo de material de proteção e assegurando assim que haja melhores resultados em termos de custo efetividade. Há de se considerar inclusive rastreamento por essas vias no futuro.

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A SBCO produziu este documento, que não tem a pretensão de ser completo, nem perene, mas é uma tentativa lúcida e sólida à luz dos fatos até o presente e inspirada na experiência de diversos centros ao redor do mundo, que a empregaram com sucesso. “Reconhecemos nossa opinião em em opinar sobre outras áreas da saúde e, em razão disso, consideramos essencial a participação das outras sociedades médicas na construção das vias lives de Covid”, ressalta o cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Alexandre Ferreira Oliveira.

Informações: www.viaslivresdecovid.com

Redação

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