No próximo dia 13 de maio, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) completa 40 anos de atividade. Fundada pelo Prof. Virgílio Alves de Carvalho Pinto, a SOBOPE é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, e com objetivo de disseminar conhecimento sobre o câncer infanto-juvenil para todo país, uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento, estimular investigações clínicas por meio de modernos protocolos multidisciplinares, além de oferecer amplo sistema de informações relativo aos resultados de tratamento e efeitos tardios.
Em 40 anos de atividade, a SOBOPE conta com 497 associados entre médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros. Além disso, representa 130 instituições de tratamento. Uma das iniciativas pioneiras desenvolvidas pela entidade, em parceria com o Instituto Ronald McDonald (IRM), é a criação da Central Informatizada de Oncologia Pediátrica (CIOPE). A CIOPE tem a função de viabilizar a condução de protocolos terapêuticos, otimizar levantamento de dados e realizar a análise estatística, realizando educação continuada aos profissionais já atuantes na área, procurando, desta forma, melhorar a curva de sobrevida de crianças e adolescentes com câncer.
Desde 2005 o câncer é a principal causa de morte no Brasil entre pacientes de 1 a 19 anos, cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer no país, uma média de 32 casos por dia. Neste momento pandêmico, a tendência é que os números oficiais sofram um déficit, isso porque as famílias têm se afastado dos consultórios médicos.
“Muitas crianças e adolescentes com câncer chegam ao centro especializado de tratamento com a doença em estágio avançado por diversos fatores: desinformação dos pais, medo do diagnóstico de câncer, desinformação dos médicos ou dificuldade no acesso aos serviços de saúde, em especial neste momento que estamos vivendo”, afirma Neviçolino Pereira, Presidente da SOBOPE.
O diagnóstico da doença, seu tratamento e implicações têm um impacto importante para as crianças e os familiares. “O que dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato de sua apresentação clínica ocorrer por meio de sinais e sintomas inespecíficos que são comuns a outras doenças benignas mais frequentes na infância, Por isso, o conhecimento acerca do câncer por parte do profissional de saúde e a busca precoce por orientação médica, são determinantes para um diagnóstico seguro e rápido”, reforça Neviçolino.
Os principais sinais que os pais devem estar atentos são: Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço; palidez inexplicada; fraqueza constante; manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas; febre ou suores constantes e prolongados; distúrbios visuais e reflexos nos olhos.
“Caso observe mudanças sem motivos aparentes ou que sejam persistentes, é necessário consultar um especialista para descartar todas as possibilidades e garantir o melhor tratamento para esses jovens”, finaliza o Presidente da SOBOPE.