Sociedade de Pediatria de São Paulo promove campanha de combate à sífilis congênita

A campanha Outubro Verde: Mês do combate à Sífilis Congênita, promovida pela Sociedade de Pediatria de São Paulo e organizada pelo Grupo de Trabalho de Prevenção e Tratamento da Sífilis Congênita da SPSP, foi lançada em 2016 com o objetivo de discutir a situação da doença no Estado de São Paulo (e no Brasil) que, devido ao aumento progressivo das taxas de transmissão vertical, representa um enorme desafio aos pediatras.

Segundo o pediatra Claudio Barsanti, coordenador das campanhas da SPSP, se diagnosticada durante a gestação e realizado tratamento adequado, é possível evitar a transmissão da sífilis para o feto. “Esta é uma infecção que pode ser muito grave, com inúmeras alterações, podendo levar, inclusive, à morte do bebê. A campanha Outubro Verde tem sido muito importante para alertar a população, uma vez que os números de sífilis congênita no país e no mundo são alarmantes e preocupantes”, esclarece o médico. Ele afirma que o objetivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) era que a doença fosse erradicada até o ano 2000, entretanto, mais de duas décadas se passaram e, infelizmente, os números permanecem elevados. “Se houver adequados acompanhamento pré-natal, diagnóstico e tratamento, a transmissão da doença ao bebê será evitada, bem como graves complicações que a criança poderá apresentar posteriormente”, enfatiza.

Conforme explica a neonatologista Lilian dos Santos R. Sadeck, coordenadora da campanha Outubro Verde, a sífilis congênita é causada pelo Treponema pallidum e a infecção por essa bactéria ocorre já durante a gestação, via transplacentária, atingindo o feto. “A prevenção da doença é feita através da detecção da sífilis na gestante e seu tratamento, realizado com penicilina, evitará a transmissão da doença da mãe para seu filho”, diz a especialista, ressaltando que quando a prevenção durante a gestação não é realizada, o diagnóstico e o tratamento da sífilis congênita devem ser feitos logo após o nascimento. “Se não forem realizados, estas crianças portadoras do Treponema pallidum podem evoluir silenciosamente para alterações e complicações irreversíveis, tais como alterações no sistema nervoso central, retardo mental, convulsões, alterações nos ossos, na dentição, na audição e na visão. Importante enfatizar que tais complicações podem ser totalmente evitadas com a detecção precoce da sífilis congênita, ainda no período neonatal, e tratamento adequado”, alerta Lilian.

Redação

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