Existe uma especialidade da Medicina que se dedica a restabelecer a função neurológica, buscando curar ou controlar os sintomas graves de doenças como a dor crônica que não responde a tratamentos, desordens psiquiátricas graves e transtornos do movimento, como a Doença de Parkinson. Trata-se da neurocirurgia funcional, subárea da neurocirurgia que lança mão de técnicas bem específicas e sofisticadas, e abrange ainda o tratamento da epilepsia refratária (não pode ser controlada por medicamentos) que afeta 30% dos pacientes epilépticos. A epilepsia atinge de 2% a 3% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Pela primeira vez na literatura portuguesa, é apresentada uma obra mais completa sobre esse campo da neurocirurgia: o “Tratado de Neurocirurgia Funcional e Estereotáxica”, que ganhou lançamento nesta quinta-feira (8), no 20º Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia (CBAN), em São Paulo (SP). O título é publicado pelo INC Publisher, editora do Instituto de Neurologia de Curitiba (Hospital INC), e assinado pelos renomados neurocirurgiões brasileiros Murilo Meneses, Osvaldo Vilela Filho e Daniel Benzecry Almeida. A obra foi baseada no curso anual da Academia Brasileira de Neurocirurgia (ABNc), organizado pelos próprios autores.
A expectativa é que o livro se torne uma referência para a Sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional. “Percebemos que havia espaço para um livro desse porte. O tratado é abrangente e muito importante para a formação complementar dos médicos e residentes que têm interesse nessa especialidade, reúne todas as subdivisões dentro da neurocirurgia funcional, ao mesmo tempo em que atualiza quanto ao que está sendo empregado de mais moderno. Esta é uma área que evolui rapidamente, porque está diretamente ligada aos avanços tecnológicos”, explica Dr. Murilo Meneses, chefe do Departamento de Neurocirurgia Funcional do Hospital INC e sócio-fundador da instituição, em Curitiba.
O Tratado faz uma abordagem didática e avançada, tem 40 capítulos, disponibiliza imagens, tabelas e figuras, e conta com médicos especialistas como colaboradores que agregaram conhecimento nas suas respectivas áreas de atuação. Além de resgatar a história e os sistemas de planejamento desenvolvidos para a neurocirurgia funcional e estereotaxia, o livro é dividido em cinco grandes temas, apresentando as doenças e as respectivas técnicas, tratamentos neurocirúrgicos existentes – como a neuromodulação e a estimulação cerebral profunda – e as investigações que devem ser feitas. O prefácio foi escrito pelo Dr. Raul Marino Jr, referência mundial em neurocirurgia funcional.
Estereotaxia
Uma das técnicas mais empregadas dentro da neurocirurgia funcional, a estereotaxia é pouco invasiva, possibilita atingir de forma bem precisa o interior do crânio, e pode ser aplicada em áreas que envolvem distúrbios dos movimentos, como a Doença de Parkinson. “A neurocirurgia funcional vem sendo difundida no Brasil a partir dos grandes centros, mas está muito longe de estar disponível para toda a população e onde existe a necessidade. Por isso, a formação de médicos especializados nessa área é extremamente importante”, observa Dr. Murilo Meneses, que também é autor dos livros Aspectos Clínicos e Cirúrgicos da Doença de Parkinson (Guanabara Koogan, 1996), Neuroanatomia Aplicada (Guanabara Koogan,1999) – que possui três edições – Doença de Parkinson (Guanabara Koogan, 2003) e Técnicas de Estudo do Sistema Nervoso Central (Editora UFPR, 2007).
Para obter mais informações ou adquirir o Tratado, acesse: www.livrosinc.com.br