Evento inédito no país, o Global Summit Telemedicine & Digital Health reuniu grandes especialistas em São Paulo para debater sobre a nova era da Saúde Digital e o futuro da Telemedicina no Brasil e no mundo.
Representando o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS) – que tem apostado muito na tecnologia para qualificar o atendimento – o coordenador dos projetos de Telemedicina da instituição, Dr. Felipe Cezar Cabral, apresentou, na sexta-feira (5), a palestra “Telemedicina como Forma de Qualificar o Atendimento no Sistema Único de Saúde – Experiências de uma Parceria Público-Privada”.
No painel “Telessaúde e Inovação: o Que Podemos Esperar?”, o médico compartilhou com os congressistas a experiência do hospital com os projetos de telemedicina realizados em parceria com o Ministério da Saúde dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).
Responsável pela implantação do projeto Qualificação da Assistência em Terapia Intensiva Pediátrica por Telemedicina (TeleUTIP) do Hospital Moinhos de Vento, Cabral também falou sobre os primeiros resultados da iniciativa que é pioneira no país.
Desde novembro de 2018, em rounds diários – por telemedicina ao vivo através de vídeo – equipes multidisciplinares do hospital gaúcho auxiliam no atendimento de pacientes pediátricos internados em UTIP em dois hospitais do SUS. Um deles fica a 2 mil quilômetros de distância, no Hospital Geral de Palmas, Tocantins; o outro, a 3 mil quilômetros, no Hospital Regional Norte, em Sobral, Ceará.
Apesar de recente, e com informações apenas preliminares, Cabral ressalta que já é possível perceber uma tendência de redução do tempo de internação e da taxa de mortalidade depois da implantação da telemedicina. “Em poucos meses de projeto, conseguimos reduzir o tempo de internação de oito para sete dias, podendo gerar em torno de 200 internações a mais no Sistema Único de Saúde, por ano, nos 19 leitos incluídos na iniciativa”, lembra o médico.
Além do TeleUTIP, o Hospital Moinhos de Vento também introduziu essa tecnologia de forma pioneira na área de oftalmologia, com o projeto Teleoftalmo – Olhar Gaúcho. Lançada em 2017, a iniciativa é uma parceria entre a instituição com o Ministério da Saúde, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, prefeituras municipais e o Telessaúde RS-UFRGS.
O objetivo é utilizar a telemedicina como uma alternativa para atender a demanda reprimida em avaliação oftalmológica por conta da baixa oferta de especialistas no interior, que provoca uma longa espera por atendimento e muitas vezes pode agravar os problemas de visão.
Pacientes de diversas regiões são beneficiados por meio de oito consultórios remotos, dois deles no Hospital Restinga e Extremo-Sul, em Porto Alegre, e os outros localizados nas cidades de Santa Rosa, Farroupilha, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo e Santiago. Até março de 2019, foram realizados 14.410 atendimentos. Além disso, mais de 7.400 óculos foram fornecidos, sem custo aos cidadãos.