“Telemedicina pode gerar a saúde conectada”, alertam especialistas

Telemedicina e saúde conectada não são sinônimos. É o que alertou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe da disciplina de Telemedicina, Chao Lung Wen, durante a palestra de abertura “Telemedicina e a Saúde Conectada”, na noite de quinta-feira (16), no 4º Simpósio do Hospital Santa Rosa em Gestão Hospitalar. O evento encerrou na sexta-feira (17), no hotel Deville, em Cuiabá (MT).

“A Telemedicina provoca a reflexão – seja na oferta de serviço, seja em sua distribuição. Algumas pessoas dizem que ela é uma ferramenta. Nunca foi. A Telemedicina é a integração de um recurso tecnológico num plano de método investigativo de cobertura de saúde. Por outro lado, os críticos dizem que a Telemedicina é consulta. Ela é mais do que o atendimento. É uma cadeia de logística. Inclusive, pode acelerar a resolução de um problema ou evitar que ele ocorra. A Telemedicina deve ser incorporada dentro da prática médica para gerar a saúde conectada – um ecossistema que eu defendo”, comentou Chao.

O estudioso destacou que a evolução da Telemedicina é muito rápida e que o país tem que acompanhar esse ritmo. “Existem cerca de 380 escolas médicas e só conheço seis em que a Telemedicina é matéria obrigatória na graduação. Precisamos torná-la obrigatória. Ninguém pode comprar um carro sem ter feito autoescola e passar por uma prova de exame de competência. Também temos que promover cursos de atualização e ampliar a quantidade de pesquisadores para construir uma cadeia contínua de educação/saúde. As pesquisas acadêmicas contribuem para comprovar a efetividade de aplicação”, ponderou.

Chao explica que há quatro tipos de Telemedicina. “Existe a Telemedicina Acadêmica (área universitária), a Telemedicina Governamental (programas ou políticas de estado), a Telemedicina Social (filantropia ou programas de saúde nas comunidades) e a Telemedicina Privada/Comercial. Na próxima década, por exemplo, o segmento do ‘e-care’ vai crescer. A nova entrega de saúde não será no consultório. Será trabalhada por pontos de conectividade”, ressalta.

Pensamento retirado pelo coordenador da palestra, o presidente da Federação Internacional de Hospitais (IHF), Francisco Balestrin, que ainda reforçou que esse é o momento ideal para desmistificá-la e discutir seu futuro. Afinal, toda a sociedade está falando sobre o tema. “Eventos como o Simpósio propiciam um momento de alimentação técnica e científica. É uma oportunidade de aprender mais sobre o tema e sair melhores, com mais informações e preparados para o que está por vir”, comentou.

SIMPÓSIO – Promovido pelo Santa Rosa, o Simpósio tem como foco reunir gestores da área de saúde, empresários do segmento, médicos e estudantes de medicina em prol de apresentar informações que visem ampliar as relações comerciais, humanas, sociais e tecnológicas. Em sua quarta edição, o evento traz como tema central “Telemedicina – Uma Agenda Necessária para o Brasil”.

Para o diretor presidente do Grupo Santa Rosa, José Ricardo de Mello, debater a Telemedicina traz benefícios tanto para o Brasil quanto para Mato Grosso. “No Simpósio contamos com a presença de participantes com vontade de fazer a diferença. Temos um país com dimensão continental e um Estado que é territorialmente grande. O tema da Telemedicina pode contribuir muito para o futuro da saúde”, sinaliza.

Integrante da Comissão Científica do Simpósio, Ary Ribeiro, que também é superintendente de Serviços Ambulatoriais e Comercial do HCor, destacou que o evento evoluiu ao longo das últimas edições. “A responsabilidade aumentou também. Para 2019, optamos por impulsionar debates que sejam práticos e que possam ampliar fronteiras de ideias e práticas. Por isso, o tema foi a Telemedicina. Para que possamos ver os muitos lados que a envolvem e ter uma visão equilibrada”, ressaltou.

Durante a abertura do evento, o presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Eduardo Rahme Amaro, contou um pouco sobre sua experiência em Cuiabá. “Tive a oportunidade de visitar o Hospital Santa Rosa e ver como ele é referência em saúde – tendo em vista sua proposta, o aumento da capacidade que eles têm e a geração de emprego. Se tivéssemos esse modelo pelo Brasil, não estaríamos do jeito que estamos”, considerou.

ACREDITAÇÃO – Com mais de duas décadas, o Santa Rosa é o único hospital de Mato Grosso certificado pela Acreditação Canadense, nível Diamond – uma das principais certificações de qualidade em saúde no mundo. A instituição também é certificada em Excelência, Nível III, pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e em Nível 6 da EMR Adoption Model (EMRAM) pela Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) Analytics.

Redação

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