O ginecologista Mauricio Abrão, professor de Ginecologia da FMUSP, Coordenador do Setor de Ginecologia Avançada da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é um dos colaboradores do Manual da SOGESP de Ginecologia, com o capítulo Tratamento Cirúrgico: indicações e limites na endometriose.
Mauricio Abrão, que é presidente da Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL) – primeiro médico de fora dos EUA a assumir a posição global – e um dos idealizadores da Nova Classificação Mundial da Endometriose, explica que as diretrizes da sociedade reprodutiva consideram a cirurgia como o melhor método para extirpação dos focos de endometriose. “O problema é que muitas cirurgias podem ser realizadas sem a retirada completa dos focos da doença. Isso resulta na necessidade de um segundo procedimento cirúrgico para remover completamente as lesões”, enfatiza o especialista.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de 7 milhões de brasileiras são afetadas pela endometriose – doença caracterizada pela existência do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero – e que apresenta sintomas, como cólica menstrual intensa, dor na relação sexual e a infertilidade. Ela leva tempo para ser descoberta, de sete a 12 anos.