Dados do Ministério da Saúde mostram que 300 mil pessoas sofrem infarto todos os anos no Brasil, sendo que 30% delas não sobrevivem. Para reverter essa realidade, o tempo é o melhor aliado. A primeira hora de atendimento a partir do surgimento dos sintomas iniciais é considerada, na medicina, “a hora de ouro” para o atendimento médico – pois é quando os especialistas tentam dissolver o coágulo que provocou o infarto. Diante de números tão alarmantes – e da urgência que o problema demanda –, o Ana Costa Saúde implementou um sistema de telecardiologia inédito na Baixada Santista (SP).
Hoje, sempre que um paciente com suspeita de infarto dá entrada em um dos seus prontos-socorros, localizados em Cubatão, Praia Grande e São Vicente, o médico de plantão realiza um eletrocardiograma e envia a imagem para uma central de laudos em São Paulo, onde atua uma equipe de 13 cardiologistas. O exame é, então, analisado e um parecer é emitido em até 10 minutos, indicando a necessidade de intervenções ou o encaminhamento do paciente ao Hospital Ana Costa, em Santos, que conta com 10 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) coronariana e um setor de hemodinâmica digital. No próximo mês, o pronto atendimento do Guarujá também será integrado ao sistema.
Com três meses de implementação e funcionando 24 horas por dia, o modelo já começa a proporcionar resultado. De acordo com o gerente médico do Hospital Ana Costa, Ronald Maia, por volta de mil pessoas já foram avaliadas pelo sistema, sendo que cerca de 5% delas foram encaminhadas para a unidade hospitalar. “Sabemos que o tempo é um fator decisivo para a sobrevivência de indivíduos que sofrem um evento cardiológico. Esse sistema, aliado a um protocolo de dor torácica, para avaliação dos sintomas, contribui para que possamos agilizar o atendimento e obter diagnósticos mais precisos, aprimorando a segurança dos pacientes e a qualidade do tratamento”, explica o médico.