Quantos pacientes graves de Covid-19 já foram tratados no Brasil com o pulmão artificial conhecido pela sigla ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea)? Uma sondagem feita com a indústria por um grupo de médicos especializados na terapia, em parceria com a empresa ECMO Minas, traz à luz alguns números que dão a dimensão do acesso e da taxa de sucesso desse tratamento.
Antes da pandemia, eram vendidas por ano cerca de 200 membranas fabricadas por quatro marcas disponíveis no mercado brasileiro, segundo revendedores. Nos últimos 12 meses, foram comercializadas mais de 2.000 unidades, um aumento de 1.000%. São Paulo, Campinas e Brasília já são referência na terapia de alta complexidade e novas regiões têm se destacado, como Belo Horizonte. Só na capital mineira, 46 casos foram acompanhados por três mulheres especialistas: as médicas Marina Fantini e Ana Valle, e a enfermeira Izabela Rodrigues, que fundaram a ECMO Minas e também atuam nas UTIs do Hospital Mater Dei.
Dentre os pacientes atendidos por elas, 62% se recuperaram e tiveram alta (com idades entre 14 e 58 anos, incluindo uma gestante e uma puérpera) – uma taxa de sucesso mais alta do que a média nacional (40%) e mundial (49%), segundo estimativa da ELSO (0).
“A ECMO não é simplesmente uma máquina. Seu principal diferencial é humano e está na equipe que atua diretamente nos cuidados com o paciente, que precisa ser multidisciplinar e altamente capacitada”, explica Marina Fantini.