Assédio moral na formação médica: conscientizar para combater

A complexidade da formação médica – que vai além da sala de aula, dos livros didáticos e é atrelada à interação humana, seja com pacientes ou mentores – motivou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) a tratar do assédio moral em ambientes de formação médica. A preocupação com o tema resultou no livro “Assédio moral na formação médica: conscientizar para combater” que terá distribuição em hospitais escola e nos programas de residência médica paulistas.

Além de orientações sobre como detectar e denunciar esses casos, a obra – que conta com a colaboração de 15 autores – trata de prevenção, aspectos legais e orientações a estudantes, residentes, supervisores e instituições de ensino médico. O livro tem a organização dos médicos Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo e Elio Belfiore.

De acordo com Mário Jorge Tsuchiya, presidente do Cremesp, ser capacitado em hospital-escola propicia benefícios nos âmbitos ético, técnico e pessoal e na forma de lidar com os pacientes. “Porém, é justamente essa fase, rica em conhecimentos e em novos contatos com mentores e outros superiores hierárquicos, que colabora para tornar o residente vulnerável a uma realidade que cresce em nível mundial: o assédio moral, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ‘cerco psicológico e uma forma de abuso do empregador que surge de comportamentos não éticos e conduz à vitimização do trabalhador’. No contexto médico, isso se traduz pelo superior e o residente”, comenta.

O livro – com tiragem de cinco mil exemplares que será distribuído gratuita e exclusivamente para profissionais em formação –, foca no fortalecimento do médico em início de carreira. O intuito do Conselho é orientar sobre como observar o ambiente hospitalar e conduzir esse tipo de questão, para fazer frente a possíveis humilhações e constrangimentos. A campanha do Cremesp pretende alertar que eventuais injustiças e/ou excessos não podem ser considerados “normais”, nem pela parte de quem perpetra nem daqueles que, por medo, insegurança ou desconhecimento, se submetem.

A publicação ‘Assédio moral na formação médica: conscientizar para combater’ revisa e amplia questões abordadas em edições anteriores. Além disso, conta com a colaboração de profissionais de vasta vivência e representatividade em residência médica.

Para Edoardo Vattimo, coordenador de Comunicação do Cremesp, o objetivo é explicitar e compartilhar esse assunto, desmistificando o assédio, promovendo a reflexão sobre o tema e colocando-o como um guia. “Esperamos que a iniciativa conscientize nossa classe, frequentemente exposta a estas situações, alavancando novas medidas para superação desse problema”, conclui.

Além da versão impressa, o conteúdo estará disponível também no site do Cremesp.

Redação

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