A Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, retoma as atividades presenciais de seu Programa de Voluntariado, criado em 2016. A entidade conta hoje com cerca de 300 voluntários que atuam em 10 hospitais e creches gerenciadas em todas as regiões do Brasil.
Com o surgimento da Covid-19 e o início da pandemia no Brasil, muitas ações de voluntariado, principalmente no ambiente hospitalar, precisaram se reinventar para continuar levando conforto ao próximo, com segurança. Para isso, alguns projetos migraram para o ambiente digital ou ações remotas, e outros foram temporariamente suspensos.
A retomada foi discutida no 4º Encontro de Líderes de Voluntariado, realizado na quinta-feira (2), de forma 100% online. Durante o evento, a entidade apresentou as diretrizes institucionais desenvolvidas para tornar segura a atuação dos voluntários nas unidades.
Entre os critérios adotados estão a exigência de esquema vacinal completo, ausência de fatores de risco para a Covid-19, participação em treinamentos de biossegurança e adesão ao termo de responsabilização em caso de contaminação.
As diretrizes estão em consonância com o atual momento da pandemia e a preocupação em relação à nova variante em circulação, denominada de Ômicron. “É essencial ainda a manutenção das medidas de controle como o uso de máscara, vacinação e higiene das mãos”, destacou Fernando Paragó, diretor corporativo Médico da Pró-Saúde.
O gestor alertou ainda sobre a necessidade de seleção dos locais para desenvolvimento das atividades, com ambientes ventilados e sem aglomeração. A realização de atividades nos leitos, ou em locais onde há trabalho assistencial, segue suspensa.
“Desenvolvemos essas diretrizes para garantir um retorno seguro dos voluntários, que são essenciais para o cumprimento da missão da Pró-Saúde, que é a melhoria dos serviços públicos”, acrescentou o diretor.
Com o tema ‘Compromisso e cuidado no retorno às atividades presenciais’, o encontro contou com a participação de líderes de voluntários das unidades gerenciadas pela entidade, e convidados externos que compartilharam seus projetos e experiências nesse período conturbado da pandemia.
Silvia Naccache, consultora na área de voluntariado, elencou as três principais inspirações para desenvolvimento de um programa de sucesso: ter uma liderança ativa e comprometida; criar oportunidade para o trabalho voluntário; e fazer uma comunicação assertiva, afetiva e bem-humorada.
Segundo a consultora, a gestão de projetos de voluntariado implica em criar condições para a realização do trabalho, com o cuidado de envolver todos em uma rede de agentes de transformação. “É preciso lembrar sempre que o voluntário está priorizando um tempo da vida dele, que poderia ser dedicado a estudos, família ou diversão, para estar ali na atuação voluntária”, ressaltou.
Já Elisabete Pagliusi, que possui mais de 20 anos de experiência na área de Desenvolvimento Social, Sustentabilidade e Voluntariado Empresarial, deixou uma mensagem de reflexão: ‘A vida que a gente quer, depende do que a gente faz’, disse aos participantes. Ela lembra ainda que o principal ativo que as empresas possuem são as pessoas e que é preciso motivá-las a usar essa força para atitudes transformadoras.
Com uma mesa redonda, os participantes puderam conhecer mais da atuação voluntária de instituições como o Centro de Convivência para Apoio ao Paciente com Câncer (CECAN), e da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR).
A entidade apresentou ainda dados da sua mais recente pesquisa sobre a atuação voluntária, que revelou que cerca de 63% dos líderes mantiveram contato com os voluntários durante a suspensão das atividades presenciais, enquanto 50% realizaram atividades mesmo que a distância.
A Superintendência de Filantropia, também relembrou a linha do tempo do Programa de Voluntariado da entidade com os principais avanços, e as perspectivas para o ano de 2022, incluindo projetos em desenvolvimento, como a atuação de doulas voluntárias.
Atuação religiosa
No período de isolamento, para evitar a propagação do Coronavírus, a Pastoral da Saúde de unidades gerenciadas e próprias da Pró-Saúde, também se reinventou para continuar levando o apoio espiritual e mensagens de esperança aos pacientes e colaboradores.
Foram realizadas missas online, entrega de mensagens aos pacientes e colaboradores, oração na parte externa dos hospitais para evitar proximidade e mensagens gravadas pelos voluntários e usuários, para não deixar ninguém sem palavras de conforto e gestos de esperança.
Um dos cases de sucesso na atuação do voluntário religioso, do Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira (PA), também foi compartilhado com os participantes pelo coordenador de Filantropia, René Padovani, e Paulo Felisberto, analista de Humanização da unidade.
A Pró-Saúde lançou ainda um e-book com orientações para reduzir o risco de contaminação por Covid-19, durante a assistência espiritual realizada por religiosos, em pacientes internados nos hospitais que gerencia. O material está disponível para download gratuito no site: www.prosaude.org.br/diretrizes-assistenciais.
Como ser voluntário
No Brasil, cerca de 6,9 milhões de pessoas realizaram algum tipo de trabalho voluntário em 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As ações de voluntários no ambiente hospitalar de unidades gerenciadas pela Pró-Saúde seguem o Manual do Voluntariado da instituição. Quem tiver interesse em se tornar um voluntário, basta preencher o cadastro no link: www.prosaude.org.br/filantropia/programa-de-voluntariado/formulario-de-voluntariado.