Vera Cruz Hospital atinge marca de mil cirurgias robóticas

O Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), alcançou a marca de mil cirurgias robóticas. A unidade é a primeira do interior paulista e a 39ª do Brasil a usar este tipo de método, com 13 médicos capacitados para operar com o auxílio de robô. A milésima operação foi realizada na sexta-feira (26), em procedimento de retirada de focos de endometriose de uma paciente de 44 anos (doença que acomete 10% da população feminina brasileira).

O ‘Programa de Cirurgia Robótica’, que completa três anos neste mês, já contou com o uso do robô Da Vinci SI, adquirido em 2018 e, desde o ano passado, com o modelo Da Vinci XI, ainda mais moderno. Segundo levantamento interno, em 2021, houve aumento de 19% na utilização do dispositivo em comparação a 2020. Desde o primeiro ano de uso, o crescimento acumulado é de 200%.

As intervenções urológicas são o carro-chefe do projeto, seguidas das cirurgias gerais. Em 2021, o hospital passou a fazer operações pediátricas (já foram realizadas sete) e, para utilizar o robô cirúrgico, os médicos precisaram realizar uma capacitação especial. Além de comprovarem experiência prévia em laparoscopia (cirurgias realizadas com câmeras), receberam um treinamento específico com 50 horas de simulações para, então, estarem aptos.

“O Programa de Cirurgia Robótica reforça o vanguardismo e o empenho do Vera Cruz Hospital em oferecer altas hospitalares mais rápidas e qualidade de vida no pós-operatório. A tecnologia do robô permite mais controle do cirurgião e acesso à área afetada, reduz o tempo da cirurgia e diminui sangramentos e riscos de complicações”, detalha Juliana Sabino, enfermeira referência em cirurgia robótica.

“A realização de mil cirurgias robóticas é um marco de absoluta importância e mostra o diferencial de nosso corpo clínico. Estudiosos incansáveis em prol da boa medicina colocaram, em associação à nossa equipe multidisciplinar composta por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e auxiliares, o Vera Cruz como absoluto protagonista nessa modalidade, que traz ganho à população na resolução rápida para problemas de difícil acesso. Assumimos, com isso, o compromisso de entregar ‘mais saúde’ a Campinas e região”, celebra Fabio Fraga, diretor-presidente do Vera Cruz Hospital.

Cirurgia 1.000

Minimamente invasivo, o procedimento robótico de número 1.000 do Vera Cruz Hospital durou cerca de quatro horas e é considerado ‘tratamento ouro’ na cura da doença. “O robô nos proporciona visualização em três dimensões e amplitude aos movimentos. Além de reduzir o sangramento, foi possível identificar os nervos para remover completamente os focos da doença e preservar as estruturas saudáveis. O útero foi retirado, pois também estava comprometido, e realizamos a reconstrução da parte do intestino retirada”, pontua o médico que realizou a cirurgia, Dr. Dorival Gomide, ginecologista especialista em endoscopia ginecológica.

Além da qualidade no tratamento, a recuperação após a intervenção é bem mais veloz em comparação a cirurgias convencionais. “A cirurgia foi fantástica. Se eu parar para pensar em tudo o que feito e como estou hoje, é difícil acreditar. O médico retirou parte do intestino, do útero e estou andando normalmente, nem parece que passei por uma cirurgia. Meu marido até brinca que já posso trabalhar”, conta a farmacêutica Idely Pires Vavretchek, a ‘paciente mil’.

Ela é uma das mulheres acometidas pela doença ginecológica inflamatória benigna, bastante comum na população feminina, provocada pelo desenvolvimento e crescimento de glândulas endometriais fora da cavidade uterina. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), somente em 2019, 11.790 brasileiras precisaram de internação por causa da doença, que causa dores abdominais, TPM intensa, infertilidade, alterações do hábito intestinal, dentre outros problemas de saúde, como os sentidos por Idely antes do diagnóstico. “Eu tinha dores pélvicas, cólica menstrual há anos e o meu fluxo menstrual era tão intenso que eu evitava sair na rua”.

Gomide explica que o tratamento é pautado nas melhorias da qualidade de vida e da capacidade gestacional das pacientes. “Cada caso é avaliado individualmente: podemos tratar clinicamente, com hormônios e medicamentos para aliviar sintomas; ou intervimos cirurgicamente, para remover os focos da doença que podem acometer outros órgãos, como o intestino, que, neste caso, comprometia toda a região atrás do útero, a retrocervical, cheia de nervos, causando transtornos e sofrimento à paciente”, esclarece.

Redação

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